UGT não quer CGTP nas discussões da adenda ao acordo de concertação

Carlos Silva, líder da UGT, diz que se a CGTP quer discutir, primeiro tem de assinar o acordo.

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Miguel Manso

A UGT está satisfeita com a solução encontrada pelo Governo para substituir o chumbo da baixa da Taxa Social Única (TSU), mas avisa que não assinará qualquer adenda ao acordo de concertação social se a CGTP também entrar na discussão.

Carlos Silva, líder da UGT, entende que a outra central sindical não pode entrar na discussão de uma matéria que faz parte de um acordo que não assinou.

"Se a CGTP quer discutir a adenda, tem de estar dentro do acordo", avisa o secretário-geral da UGT.

"A UGT participará na discussão de um aditamento com as quatro confederações patronais e com o Governo, que foram os outorgantes do acordo. Não aceitamos que entidades externas participem. Se quiserem participar que assinem primeiro", acrescentou no final de uma reunião do secretariado nacional, que decorreu nesta sexta-feira.

“Estamos sempre sentados à mesa, mas não vamos assinar o aditamento se a CGTP não assinar primeiro o acordo de concertação social”, reforçou Carlos Silva. Questionado sobre o que fará se CGTP quiser entrar na negociação da adenda sem assinar o acordo foi peremptório "Não estaremos [na mesa das negociações], nem assinaremos qualquer aditamento".

"Há um caminho, primeiro entra no acordo e depois discute o aditamento. Agora, não está dentro do acordo, não está vinculada a ele e querer botar faladura e sugerir alterações, isso não aceitamos", reiterou.

A dois meses do congresso da UGT, Carlos Silva (que vai recandidatura-se à liderança da UGT) entra em colisão com a CGTP: "Estamos ao nível dos patrões, olhamos os patrões olhos nos olhos, não somos subalternos, estamos a favor dos direitos dos trabalhadores e não estamos a negociar em perda".

Para a UGT, a redução do pagamento especial por conta é uma boa alternativa à TSU porque atende à situação das empresas mais fragilizadas com o aumento do salário mínimo.

Carlos Silva disse ainda que o chumbo da redução da TSU (medida acordada na concertação como compensação à subida do salário mínimo que está semana foi rejeitada no parlamento) deixa a central de sobreaviso quanto ao futuro.

O dirigente lembra que há ainda muitas matérias a discutir na concertação e que irão exigir ao governo uma espécie de "seguro de vida", para que seja garantido que medidas  acordadas com os parceiros passam no Parlamento. 

 

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