Acções da Pharol com forte queda após pedido de recuperação da Oi

Regulador levantou esta manhã a suspensão da negociação das acções da Pharol. Cotação cai a pique e tocou nos 7,5 cêntimos

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Oi é o único activo da Pharol REUTERS/Nacho Doc

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou esta quarta-feira o levantamento da suspensão da negociação das acções da Pharol, a sociedade que detém uma participação na operadora brasileira Oi, que esta semana avançou com um pedido de recuperação judicial sobre créditos de cerca de 17 mil milhões de euros.

No regresso à negociação, por volta das 10h desta manhã, a cotação da holding caiu a pique, com uma desvalorização de cerca de 40%. Os títulos chegaram aos 7,5 cêntimos, com os investidores a desfazerem-se das acções depois de conhecido o processo de recuperação iniciado pela Oi, que é o único activo da holding portuguesa. Pelas 12h20, valor dos títulos estava nos 8,8 cêntimos.

No comunicado divulgado na sua página na Internet, a CMVM revela ter deliberado o levantamento da suspensão da negociação das acções da Pharol "por terem cessado os motivos que justificaram a suspensão".

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Na terça-feira de manhã, depois de ser conhecido o pedido da Oi à justiça brasileira, o supervisor do mercado de capitais suspendeu as acções da Pharol, mas também as obrigações de retalho da antiga PT, que foram transferidas para a Oi e que venciam no próximo dia 26 de Julho. A CMVM pretendia obter mais informação da Pharol, que é a principal accionista da Oi, quanto ao que poderão esperar os pequenos obrigacionistas em termos de plano de pagamentos deste montante, que ronda os 230 milhões de euros.

As acções da Pharol fecharam na segunda-feira a valer 12,8 cêntimos, em queda de 4,47% face à sessão anterior, depois de terem atingido um mínimo de 12,2 cêntimos no final de Maio.

Entretanto, as principais agências de notação financeira já voltaram a baixar o rating Oi. A nota de longo prazo em moeda local e estrangeira baixou de C para D, a classificação mais baixa da Fitch, que representa alto risco de investimento para os investidores.

Segundo a Fitch, a alteração da nota resulta do pedido de recuperação judicial para tentar manter a continuidade do negócio.
A Standard & Poor's (S&P) também reduziu a notação da Oi de CCC para D (nível especulativo). A agência entendeu ainda que as hipóteses de os credores recuperarem os recursos investidos na empresa, em caso de uma moratória, vai de 30% a 50%, mas está mais próximo da ponta mais baixa desta faixa.

A agência Moody's foi a única das três grandes que não estabeleceu a categoria mais baixa para a Oi, mas baixou a nota da operadora de Caa1 para C. Com Lusa
 

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