Santos Silva defende fim dos offshore por esconderem “muita coisa”

Presidente do conselho de administração do BPI diz que na banca é preciso ter sempre “a ética e a lei na frente dos olhos”.

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Artur Santos Silva é presidente da administração do BPI Enric Vives Rubio

O Presidente do Conselho de Administração do BPI, Artur Santos Silva, defendeu, neste sábado o fim dos offshore, por esconderem “muita coisa”.

"Eu sou um grande defensor do fim dos offshore, porque escondem muita coisa que não deve ser escondida", afirmou, em declarações aos jornalistas, à margem de um evento, em Fafe, em que participava na presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.

Sobre o alegado envolvimento do grupo BES no caso do offshore do Panamá, Artur Santos Silva comentou que "quem exerce funções na banca exerce funções de grande interesse público e tem de ter sempre a ética e a lei na frente dos olhos".

"Isto chama-nos à atenção de que as sociedades têm de ser transparentes, que tudo o que se faz tem de ser conhecido, para que o Estado possa actuar em todos os planos, fiscal e da justiça", acrescentou o banqueiro.

Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214.000 entidades offshore estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.

O semanário Expresso e a TVI, que integram este consórcio, noticiaram que há mais de 240 portugueses nas offshores do Panamá, entre os quais Luís Portela, Manuel Vilarinho e Ilídio Pinho. A investigação mostra ainda que a ES Enterprises, usada como saco azul do GES para pagamentos fora dos circuitos oficiais, consta dos Panama Papers. Um dos nomes referidos é o de Ricardo Salgado, que movimentou fundos através do Estado sul-americano.

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