Passos pede “respostas tranquilizadoras” ao Governo

Líder do PSD diz que Portugal não se pode pôr a “jeito” para sofrer com a crise dos mercados.

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Pedro Passos Coelho nesta quinta-feira em Bruxelas JOHN THYS/AFP

O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse nesta quinta-feira em Bruxelas que Portugal deve fazer uma política "prudente" no que toca às suas opções orçamentais.

À entrada para a reunião do Partido Popular Europeu, que antecede a cimeiras europeia, Pedro Passos Coelho deixou recados ao Governo para que siga políticas que não coloquem o país "a jeito" para sofrer com a actual crise nos mercados.

"Se não queremos que, por exemplo, com a actual crise que tem afectado os mercados financeiros, sobretudo o sector bancário na Europa, se não queremos pôr-nos a jeito para sofrer com a aversão a risco...então devemos colocar-nos de forma resguardada a esse tipo de movimentos," disse Passos Coelho.

O importante é obter do Governo português "as respostas tranquilizadoras que são necessárias," defendeu.

Ainda esta quarta-feira, Portugal colocou mil milhões de euros em Bilhetes de Tesouro a três e 11 meses a taxas de juro superiores às registadas em anteriores leilões.

Em Bruxelas, Passos Coelho voltou a admitir erros durante o programa de resgate que implementou durante o seu mandato em São Bento e disse ainda que espera que Portugal não volte a precisar de ajuda financeira.

"Eu espero que não. Trabalhámos muito em Portugal para que isso não volte a acontecer," disse o agora líder da oposição, relativamente a um novo programa de assistência financeira.

Passos Coelho admitu, porém, que houve problemas de "calibração" no programa de ajuda financeira que Portugal recebeu em 2011. "Apesar do programa estar bem desenhado, estava muito mal calibrado."

"Havia vários objectivos que estavam traçados e que tinham pouca adesão à realidade e isso obrigou, sobretudo no primeiro ano de execução do programa, a ter de lançar mão de medidas que provavelmente se os objectivos tivessem sido traçados com mais realismo não teriam tido um impacto em termos recessivos tão fortes," explicou Passos Coelho.

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