S&P corta rating da Grécia e ameaça descê-lo mais

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O primeiro-ministro grego, George Papandreou REUTERS/Grigoris Siamidis

A agência de notação Standard & Poor’s (S&P) reduziu hoje o rating da Grécia, colocando-o num patamar onde um default (incumprimento) é considerado provável. E ameaça descer ainda mais a partir do momento em que o país avançar com a reestruturação da sua dívida pública.

Em comunicado, a S&P anunciou hoje que cortou o rating da Grécia em dois níveis, de CCC para CC. A dívida helénica fica a apenas dois níveis de entrar no patamar “D”, que significa default incumprimento.

A agência justifica o corte do rating com o acordo europeu para o novo resgate ao país, que envolve uma reestruturação da dívida grega que, na metodologia usada pela S&P, equivale a um default selectivo. De acordo com a S&P, o acordo irá gerar perdas para os detentores de obrigações do Tesouro gregas e, além disso, envolve o risco de o Governo grego não conseguir consolidar as finanças públicas e ter de proceder a um verdadeiro default.

“Os termos da troca de obrigações e prolongamento do seu prazo são desfavoráveis aos investidores”, considera a S&P. De acordo com a agência, os títulos que serão trocados vão ter uma maturidade mais longa do que aquela a que a Grécia consegue emitir no mercado secundário e, também, taxas de juro mais baixas do que as praticadas no mercado de revenda de dívida. Isto leva a agência a encarar a reestruturação proposta pela autoridades europeias como um default selectivo.

A S&P mantém a dívida grega sob outlook (perspectiva) negativa, o que indica que pode vir a baixar ainda mais o rating. A agência salienta que, embora não tenha sido anunciada nenhuma data para iniciar a reestruturação da dívida grega, esta deverá começar em Setembro deste ano, o mais tardar. E, quando isso for anunciado, “uma revisão em baixa para o nível SD (default selectivo) deverá ocorrer”, esclarece.

A agência revela ainda que o título de dívida especifico que esteja a ser reestruturado será reduzido ao nível D, de default, mesmo que apenas uma parte dessa dívida esteja a ser alvo de renegociação.De acordo com a S&P, o mais provável é que a agência volte a subir o
rating do país dias depois de concluída a troca e/ou compra de obrigações. No entanto, a nota grega permaneceria num nível especulativo (o chamado junk, ou seja, lixo), devido à elevada dívida pública do país, que deverá atingir 130 por cento do PIB este ano, e às perspectivas incertas de crescimento.

Notícia actualizada às 18h26
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