Segredos e sardinhas

O nosso amigo Mário revelou-nos o segredo para lavar as mãos ensardinhadas. Nunca falha.

O ano passado a fruta foi maravilhosa mas as sardinhas não prestaram. Este ano as sardinhas de São Pedro já estão boas e recomendam-se. Ainda não pingam no pão – mas hão-de pingar.  Em contrapartida, a fruta está pobrezinha, sendo difícil apanhar umas cerejas que saibam às cerejas do ano passado.

Posta esta relação inversa aos sábios aqui da praça foi-me sussurrado que assim era, citando-se anos anteriores em que a sardinha compensava a fruta e vice-versa.

2012 terá sido um ano raríssimo em que a fruta e a sardinha estavam óptimas mas no ano seguinte, como castigo, tanto a fruta como a sardinha foram reles.

A sardinha come-se melhor à mão porque os nossos dentes têm mais jeito para filetar o peixe do que a faca e o garfo, por muito bem manobrados. À dentada - embora convenha ter dentes sabidos - deixa-se apenas a cabeça e a espinha do peixe ao luar.

O problema é o cheiro que fica nos dedos. O nosso amigo Mário revelou-nos o segredo para lavar as mãos ensardinhadas. Nunca falha.

O truque é lavar uma mão de cada vez, usando apenas essa mesma mão. Passeia-se o sabonete pela mão, usando o polegar para esfregar bem as almofadinhas dos dedos.

Depois de ter lavado as duas mãos separadamente é raro subsistir algum aroma. Mas no caso de detectar algum vago cheirete, não caia na asneira de usar as duas mãos e de espalhar o mal pelas aldeias.

Volte a lavar uma mão de cada vez para remover os últimos vestígios de essência de sardinha. Não é milagre, mas dá jeito.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários