Marcelo considera urgente estatuto legal para cuidadores de doentes de Alzheimer

Presidente da República defende uma actualização dos dados sobre Alzheimer para se saber quantos casos há, distribuídos por onde, como é a sua evolução.

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Daniel Rocha

O Presidente da República apelou nesta quinta-feira para a criação urgente de um estatuto legal para os cuidadores de doentes com Alzheimer. "O compromisso está a demorar muito. Está prometido há muito tempo um estatuto legal. Foi prometido em 2016 e agora no início em 2017", apontou, apelando aos deputados e ao Governo para o que "puderem fazer a pensar na situação dos cuidadores, que são centenas".

Marcelo Rebelo de Sousa visitou a associação Alzheimer de Portugal no dia em que se assinala o dia mundial daquela doença.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os cuidadores de pessoas com demências têm o direito a ter um estatuto legal já que "têm toda uma vida a cuidar dos pacientes" sem horário, sem dias livres, sem verem acautelada a sua própria situação em termos de segurança social futura, férias ou repouso.

"É muito importante dar atenção à saúde mental. Foi um dos domínios mais esquecidos no nosso sistema de saúde por falta de recursos. De repente, quando a sociedade envelhece, as pessoas descobrem e descobrem tarde que é um grande problema", sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda uma actualização dos dados sobre Alzheimer para se saber quantos casos há, distribuídos por onde, como é a evolução dos casos, quantas pessoas afectadas estão em casa, quantos cuidadores existem e quantos doentes estão em estruturas de acolhimentos.

"É evidente que o país tem muitos problemas, mas engana-se se não tomar em linha de conta que estes problemas de saúde mental são em todas as sociedades cada vez mais importantes e atingem cada vez mais famílias", alertou.

A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam 47,5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75,6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135,5 milhões. A doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um lugar de destaque, representando cerca de 60% a 70% de todos os casos de demência.

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