Efeitos de Bopal continuam a matar dez a 15 pessoas por mês

Dezoito anos depois da catástrofe industrial de Bopal, na Índia, os seus efeitos continuam a matar entre dez a 15 pessoas por mês, segundo a organização ecologista Greenpeace. As vítimas queixam-se que não receberam as indemnizações necessárias.

Quase todos os sobreviventes da fuga de gás tóxico da fábrica norte-americana de pesticidas Union Carbide, ocorrida na noite de 2 para 3 de Dezembro de 1984, sofrem de problemas respiratórios que os impedem de trabalhar, lembram os grupos de apoio às vítimas.

Por outro lado, cerca de 150 mil pessoas são afectadas por doenças como o cancro ou a tuberculose.

"Para nós, a tragédia continua e os seus efeitos não param de aumentar", diz Champa Devi Shukla, uma das sobreviventes, salientando as fracas indemnizações que receberam até ao momento.

"Os tratamentos [médicos] necessários às vítimas são reservados aos ricos", lamentou Shukla.

A fuga de 1984 matou imediatamente cerca de três mil habitantes de Bopal e as organizações de defesa das vítimas estimam que, pelo menos dez mil outros morreram na sequência da catástrofe.

Ananthpadmanabhan, director executivo da Greenpeace na Índia, afirma que a população que vive na proximidade da fábrica ainda utiliza água contaminada por produtos tóxicos.

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