Atentado de Oklahoma foi vingança contra ataque a Waco

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A execução será transmitida em circuito televisivo Robbie McClaren/TIME

O terrorista Timothy McVeigh, que em 1995 atentou contra um edifício federal de Oklahoma causando a morte a 168 pessoas, teria planeado assassinar a ex-secretária da Justiça norte-americana Janet Reno, a fim de vingar a morte de mais de 80 adeptos da seita Davidiana, em Waco, Texas, em 1993.

Numa carta dirigida à Fox News e publicada hoje no site oficial da cadeia de televisão, McVeigh afirma que além de Reno, a "campanha de assassinatos" incluía um juiz e um agente do FBI.McVeigh, um ex-combatente de 33 anos, será executado no próximo dia 16 de Maio com uma injecção letal pelo atentado contra o edifício federal, o mais grave da história dos Estados Unidos.
Na carta, escrita à mão, McVeigh assegurou que o seu objectivo ao incluir Reno na lista de vítimas era vingar a morte de mais de 80 pessoas que morreram queimadas nas instalações da seita davidiana, em Waco, no Texas, em 1993. O incêndio teve lugar quando o FBI tentava penetrar no seu interior.
"O propósito era fazê-la aceitar toda a responsabilidade de facto, e não só de palavra" pelas mortes ocorridas em Waco, assegurou McVeigh na sua carta.
O bombista acrescenta ainda que a sua lista incluía o juiz Walter Smith, que presidiu ao caso de Waco, bem como o agente do FBI Lon Horiuchi.
O atentado contra o edifício Alfred P. Murrah foi levado a cabo quando se cumpriam dois anos do incidente de Waco, constituindo um contra-ataque para castigar os agentes federais que haviam participado na operação. Esse ataque foi "mortal e estrategicamente igual a ataques dos Estados Unidos a edifícios dos governo da Sérvia, Iraque e outros países", manifestou.
McVeigh não mostra sinais de arrependimento pelo seu acto, chegando mesmo a dizer, recentemente, que a morte de 19 crianças em consequência do atentado bombista constituiu "um dano secundário".
A execução de McVeigh - a primeira de carácter federal em 38 anos - será presenciada por dez familiares das vítimas da explosão. Diante da pressão por parte de outros familiares que também querem assistir em directo à execução, o secretário da Justiça, John Ashcroft, ordenou que a execução seja transmitida através de um circuito interno televisivo.

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