PSD e CDS em Angola salientam "pontos positivos"

Hélder Amaral disponível para explicar palavras ao partido e espera que CDS o conheça.

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Hélder Amaral defende-se das críticas Oxi Oxana Ianin

Ainda em terra angolana, os representantes do PSD e do CDS no 7.º Congresso Ordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) preferiram salientar os "sinais positivos" que emanaram do discurso de José Eduardo dos Santos. O deputado centrista, Hélder Amaral, que se viu envolvido em polémica e ouviu críticas do próprio partido por declarações que fez, justifica o que disse e mostra-se disponível para explicar ao partido as suas afirmações.

Foi a primeira vez que o CDS foi a um congresso do MPLA, o partido do presidente angolano José Eduardo dos Santos, e não correu bem. Hélder Amaral defende-se das críticas que lhe fizeram por salientar os pontos comuns do partido português e angolano. "Em nenhum momento, a não ser que eu estivesse louco, se afere das minhas palavras, mesmo que truncadas, que eu tenha dito que o CDS é igual ao MPLA", disse ao PÚBLICO.

O centrista foi enviado a Luanda por decisão da direcção do CDS e foi falando com dirigentes a quem explicou o que disse. Sabe, no entanto, que por cá as palavras causaram furor ao ponto de a direcção do partido se demarcar e garantir que vai conversar com o deputado. "Como não tenho dúvidas existenciais sobre o programa do partido e estou há tanto tempo no partido e sempre o respeitei, sinto-me muito bem no meu partido, e convivo muito bem com as opiniões do meu partido. E estou disponível para explicar o que quis dizer aos militantes e dirigentes. Não tenho interesses em Angola, não tenho negócios com Angola. Há alguns que criticam e depois têm negócios com o regime. Mas atenção, eu acho que as empresas portuguesas devem ter".

O balanço que faz da ida a Luanda é positivo. Trouxe contactos, levou "uma palavra de simpatia" e a intenção de mostrar que "o CDS tem de estar disponível para falar com todos", isto porque antes de ir para o congresso do MPLA reuniu com representantes dos partidos da oposição, a UNITA e o CASA-CE. "Eu disse que estamos muitas vezes em desacordo,não temos de concordar com tudo, não temos de caminhar lado a lado, mas no mesmo sentido", refere, acrescentando que o move o "interesse nacional" e das "comunidades de portugueses em Angola e de angolanos em Portugal".

Como balanço final das palavras de José Eduardo dos Santos, Hélder Amaral diz que houve no discurso um sentido de "reforço da democracia, dizendo que é para respeitar as pessoas, manter a relação com os parceiros como Portugal. Fez-se autocríticas reconhecendo erros do passado". Desta vez fala com cautelas e deixa um "mas": "Vamos esperar para ver. Estamos a falar da mesma pessoa há muito tempo no poder, mas os sinais positivos têm de ser valorizados".

Também o PSD preferiu falar dos sinais positivos. O vice-presidente do PSD diz que o partido foi a Luanda "procurar focar os pontos positivos e criar um ambiente de confiança para os portugueses que estão cá e para os angolanos que estão em Portugal e acima de tudo para os dois povos", disse Marco António Costa citado pela Lusa.

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