Pizarro afasta drama de governabilidade no Porto e diz que “o voto útil é no PS”

Candidato socialista apresentou o seu programa eleitoral e deixou uma chuva de criticas a Rui Moreira.

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Apresentação do programa do candidato socialista decorreu na Casa das Artes, no Porto Paulo Pimenta
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Apresentação do programa do candidato socialista decorreu na Casa das Artes, no Porto Paulo Pimenta
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Apresentação do programa do candidato socialista decorreu na Casa das Artes, no Porto Paulo Pimenta
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Apresentação do programa do candidato socialista decorreu na Casa das Artes, no Porto Paulo Pimenta

Manuel Pizarro não vislumbra“ nenhum drama de governabilidade” relativamente à Câmara do Porto e não encontra “nenhuma razão para ter medo do julgamento que os cidadãos vão fazer no dia 1 de Outubro”. E nesta segunda-feira aproveitou a apresentação do seu programa, na Casa das Artes, no Porto, para proclamar: “Nestas eleições há um voto útil e esse voto útil é no PS”.

“Não quero antecipar-me ao julgamento das pessoas, mas acho que é razoável dizer que nestas eleições não há nenhum perigo de o PSD as vencer, e não há, seguramente, nenhum perigo de despesismo vindo da margem sul do Douro [como há quatro anos] ganhar as eleições, o que significa que, para garantir a participação de todos e para garantir condições de governabilidade na cidade e uma governação voltada para as pessoas, há um voto útil e esse voto é o voto no PS”, insistiu.

O independente Rui Moreira, que preside à Câmara Municipal do Porto, foi o alvo de todas as críticas na sessão de apresentação do programa eleitoral do PS com que Manuel Pizarro vai a votos. O candidato trouxe para o seu discurso a entrevista que o presidente da Câmara do Porto deu esta segunda-feira ao Jornal de Noticias e na qual afirmava: “Seria muito importante ter condições para governar”.

"Vi hoje, numa entrevista a um diário, que o doutor Rui Moreira está muito assustado com as condições de governabilidade futura da Câmara do Porto. Não gosto de ver pessoas assustadas e até acho que não é normal que um portuense se sinta assustado (...). Não há nenhum drama de governabilidade e nenhuma razão para ter medo do julgamento que os cidadãos do Porto vão fazer no dia 1 de Outubro. Eu cá estou muito confiante nesse julgamento e nesse resultado", atirou.

Em tom de graça, o também vereador da Câmara do Porto referiu logo no início da sua intervenção que "até podia tentar discutir o programa eleitoral de Rui Moreira, mas o problema é que não há programa eleitoral para discutir". Sublinhando depois que “cada candidato tem a obrigação de dizer ao que vem", o socialista tentou capitalizar o trabalho que fez ao longo dos mais de três anos e meio enquanto vereador responsável pelos pelouros da Habitação e da Acção Social, e mostrou-se confiante no resultado das autárquicas no Porto.

"Tenho muita confiança quanto ao resultado das eleições porque, em relação ao programa que apresentámos em 2013, com o PS em minoria na câmara, fomos capazes de executar e deixar em marcha mais de 87% das medidas que tínhamos proposto. Seguramente, com o PS a governar a Câmara do Porto, vamos fazer ainda mais", reiterou Pizarro, que tem feito bandeira da capacidade de execução dos socialistas no executivo do independente Rui Moreira.

Depois, vieram as diferenças. O candidato socialista, que foi muito aplaudido, destacou que um dos aspectos que distinguem a sua candidatura é "o espírito descentralizador". Mas não ficou por aqui. Perante uma sala com muitos candidatos às juntas, Pizarro deixou a promessa: "Vão ter mais meios e muitas mais competências". A sala aplaudiu com uma estrondosa salva de palmas.

A questão metropolitana viria logo a seguir, com o candidato a assumir que "só o PS faz nestas eleições um discurso metropolitano" e a destacar nesta matéria medidas relacionadas com o ambiente, os transportes e a captação de investimento.

Manuel Pizarro, mentor de uma coligação com o independente Rui Moreira, que garantiu a governabilidade da Câmara do Porto neste mandato, regressou à entrevista do sucessor de Rui Rio, para uma vez mais apontar diferenças. Desta vez, entre o Governo da direita e o Governo do PS, não sem antes dizer que Moreira “sente-se comprometido com a presença maciça do CDS nas suas listas e não quer ter problema com essa herança. Mas, ainda assim, é um bocadinho demais dizer que é igual o relacionamento com um Governo de Pedro Passos Coelho e um liderado por António Costa”, insurgiu-se, questionando: “É igual o relacionamento com um Governo que queria vender os Mirós num leilão em Londres ou com um Governo que deu os Mirós à cidade do Porto? (...) É igual o relacionamento com um Governo que queria privatizar a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto e degradou o serviço ou com um Governo que entregou o serviço aos Municípios da Área Metropolitana do Porto?”

Com as eleições à porta, o candidato socialista aproveitou para fazer um apelo. “Temos que mobilizar todas as pessoas para, no dia 1 de Outubro, darem ao PS as condições para liderar a governação [da cidade] “, pediu.

O programa eleitoral contempla 112 medidas, distribuídas por quatro eixos-chave: “Cidade Inclusiva, Cidade Amigável, Cidade Liderante e “Cidade Dinâmica”.

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