De Marcelo ao Rei

Agora que foi eleito o presidente Marcelo já posso desabafar como monárquico.

Agora que foi eleito o presidente Marcelo já posso desabafar como monárquico.

No melhor cenário o novo presidente da república (pdr) intervém tanto e causa tanta confusão que os partidos, exasperados, decidem consultar os cidadãos, através de um referendo, acerca dos custos e benefícios de manter uma república.

Uma monarquia é mais barata e não intervém por respeitar o Parlamento. Sussurro nos ouvidos da Esquerda: se Portugal fosse uma monarquia não só não teria havido hesitações com o governo de António Costa mas agora escusava-se de ter sofrido, nas palavras honestas de Manuel Alegre, uma vitória da Direita.

Marcelo Rebelo de Sousa escreve e fala muito bem. Mas o discurso da vitória teve um não-pequeno toque de tédio presidencial. A esperança de um monárquico é que ele não seja capaz de conter o géniozinho para a bagunça premeditada com que teve a felicidade de nascer.

Poderá o Professor Marcelo Rebelo de Sousa ser, ao mesmo tempo, o melhor e, mais importantemente, o último presidente da república do século XXI? Poderá, se tudo correr de feição.

Ser pdr envolve muitas tarefas entediantes e robóticas que o sempre-aceso e hiperactivo Marcelo dificilmente conseguirá aturar mais do que vinte ou trinta dias.

Os reis são educados para servir e passarem despercebidos. Entram em coma quando é preciso. Preservam as personalidades. Não se preocupam nem pensam mais nisso.

O presidente Marcelo é pessoa de mais para ser só isso.

Eis a esperança.

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