CDS insiste na alteração da nomeação do governador do Banco de Portugal

A nova presidente centrista, Assunção Cristas, esteve reunida com o Presidente da República, mas não revelou teor da conversa.

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Assunção Cristas, líder do CDS Pedro Cunha

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, vai insistir na questão da alteração da forma de nomear o governador do Banco de Portugal, apesar de a mudança exigir uma revisão constitucional cirúrgica para a qual o PS não tem mostrado disponibilidade.

Assunção Cristas falava aos jornalistas após uma audiência, ao final da tarde desta segunda-feira, com o Presidente da República para apresentação de cumprimentos, um dia depois de ter sido eleita presidente do partido em congresso. Questionada sobre se a revisão constitucional foi abordada na audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, a líder centrista não quis revelar aspectos específicos da conversa, mas admitiu que falaram das prioridades que elegeu no discurso deste domingo.

Uma dessas prioridades recupera a proposta feita já em 2010 sobre a nomeação do governador do Banco de Portugal, no rescaldo no caso BPN. Deixaria de ser indicado por proposta do primeiro-ministro e a escolha passaria a ser uma competência do Presidente da República. Uma alteração que exige uma revisão constitucional, só possível com maioria de dois terços no Parlamento.

Questionada sobre o motivo da insistência do CDS na alteração da forma de nomear o supervisor quando o PS tem mostrado pouca disponibilidade para mexer na lei fundamental, Assunção Cristas referiu que, ao lançar a questão da supervisão bancária no congresso, quis dar um sinal da “relevância do tema do sistema financeiro” e que a questão - a ser estudada pelo CDS - “tem vários aspectos de legislação que não só a nomeação” do governador.

“Defendemos [a alteração da forma de nomear o supervisor] e está escrito na nossa proposta de revisão constitucional de 2010”, afirmou. Assunção Cristas esteve acompanhada pelos quatro vice-presidentes eleitos em congresso este fim-de-semana: Nuno Melo e Nuno Magalhães (já exerciam este cargo), Adolfo Mesquita Nunes e Cecília Meireles. No entanto, a nova líder teve uma audiência de cerca de meia hora sozinha com Marcelo Rebelo de Sousa antes de entrar com a direcção.

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