Chega e IL pedem a Marcelo que vete Simplex Industrial. Livre quer ouvir PGR

O Chega sugere que Marcelo Rebelo de Sousa peça um parecer à Procuradoria-Geral da República sobre os impactos do Simplex Industrial na Operação Influencer.

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O decreto-lei do "Simplex Industrial" já estará no Palácio de Belém para ser promulgado, segundo o Nascer do Sol Nuno Ferreira Santos
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O Chega e a Iniciativa Liberal apelaram nesta sexta-feira ao Presidente da República que vete o decreto-lei do Governo que simplifica os procedimentos e licenciamentos na área industrial por este ter sido elaborado, como avançou o Nascer do Sol, por João Tiago Silveira, advogado e presidente do grupo de trabalho para a reforma dos licenciamentos que é um dos arguidos na Operação Influencer. O jornal titula em manchete: "Governo mandou para Belém diploma que iliba arguidos." Já o Livre pede esclarecimentos "de viva voz" à procuradora-geral da República sobre o processo judicial.

Em declarações transmitidas pela RTP3, o presidente do Chega, André Ventura, apelou ao Presidente da República que vete o decreto-lei relativo ao chamado Simplex Industrial, considerando que a sua promulgação "pode levar, no limite, ao branqueamento" da alegada conduta dos "membros do Governo" e "provocar uma desculpabilização e despenalização".

E pediu ainda a Marcelo Rebelo de Sousa que peça um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o diploma para confirmar se a promulgação "teria impacto" na Operação Influencer "ou na situação processual dos arguidos".

À Lusa, André Ventura anunciou ainda que o partido vai propor, no arranque da próxima legislatura, a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito aos negócios do hidrogénio e do lítio. "Independentemente de quem vença as eleições" de 10 de Março, seria importante o Parlamento ouvir os envolvidos, sustentando que estes negócios "têm elementos estranhos que merecem ser investigados", disse o líder do partido.

"Se o Chega tiver deputados suficientes para uma comissão de inquérito potestativa, avançaremos no início da próxima sessão legislativa", assumiu.

Pela IL, Rui Rocha considerou também que o chefe de Estado "deve vetar o diploma" pelo facto de "um dos envolvidos" no processo "ter sido quem sugere essa legislação". "Creio que o critério da ponderação e da prudência faria com que o Presidente da República pudesse decretar o veto", insistiu, reforçando que estamos perante "questões demasiado importantes para permitir que paire uma sombra de dúvida".

Livre pede explicações a Lucília Gago

Já o partido de Rui Tavares pediu que Lucília Gago preste esclarecimentos sobre o processo judicial que envolve o primeiro-ministro. "O Livre tem a propor a ideia radical de que os responsáveis das instituições devem explicar-se à sua maneira com a solenidade necessária", disse aos jornalistas o deputado único, que considera que as "decisões que afectam o destino do país e do regime" não podem ser "assinadas pelo gabinete de imprensa" da PGR. "Devem vir explicadas de viva voz" por "quem ocupa o topo da hierarquia", vincou, referindo-se, sobretudo, ao segundo comunicado emitido pela PGR sobre o caso.

Distanciando-se da direita, a quem diz que "as eleições subiram à cabeça", Rui Tavares quis também deixar claro optar por pedir esclarecimentos e “não pedir a demissão de alguém, não é pedir que não se demita”, tal como aconteceu quando não exigiu as demissões do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, e do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

"Significa que os partidos devem procurar não juntar-se a um clima incendiário que acaba por só beneficiar quem quer descredibilizar as instituições e a democracia", afirmou, numa crítica à Iniciativa Liberal, por só pedir a demissão de quem "acha que está do lado do PS e do Governo", e ao PSD, por sugerir que Santos Silva abandone o cargo "quando emite opiniões sobre outros partidos e casos" mas não quando "defendeu o PSD", no caso das buscas a Rui Rio e às sedes do partido.

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