Para a selecção nacional já não se trata só de vencer jogos

Diogo Dalot, jogador da selecção masculina de futebol, assumiu que não sofrer golos já passou a ser uma meta, mesmo que secundária. E prestou-se a uma reflexão sobre o calendário futebolístico actual.

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Jogadores da selecção treinam em Oeiras LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Numa primeira fase, Portugal focou-se em vencer jogos. Depois, tratou-se de deixar o apuramento quase garantido para o Euro 2024. A seguir, de começar a tentar ter mais brilho no desempenho. Agora, pode tratar-se de jogar, ganhar, marcar e não sofrer.

Quem o disse foi Diogo Dalot, que nesta segunda-feira, o primeiro dia da concentração da selecção nacional, falou do objectivo de não sofrer golos. É uma meta secundária, como o próprio assumiu, mas já é, se possível, um objectivo para ter na linha de visão.

“Sendo defesa, sou suspeito. É algo que ambicionamos [não sofrer golos] e é um pequeno objectivo no balneário. Até por eu ser defesa, essa meta de não sofrermos golos no apuramento é desafiante”, apontou, em conferência de imprensa na Cidade do Futebol.

Nesta fase, Portugal segue com seis triunfos em seis jogos no Grupo D, com 24 golos marcados e nenhum sofrido.

E se para a selecção nacional já é raro um apuramento sem contas complexas nas últimas jornadas, uma qualificação só com vitórias e sem sofrer golos será, por maioria de razão, um cenário que há algumas semanas roçava a utopia.

Guerreiro não apareceu

O encontro entre o lateral do Manchester United e os jornalistas foi globalmente vazio de frases fortes, até ao momento em que foi lançado ao jogador o tema da sobrecarga de jogos. Aí, Dalot assumiu uma posição clara: “Deveríamos ter uma palavra a dizer.”

“Os jogos têm vindo a aumentar e o calendário a ficar mais apertado. A nível pessoal, sinto que a última temporada foi física e mentalmente desgastante. São coisas que passam ao lado do nosso controlo, mas, sendo nós os 'artistas', deveríamos ter uma palavra a dizer. Se nos juntarmos, e com as pessoas certas, podemos conseguir uma maneira de conciliar as duas coisas [competição e descanso]. Para o bem do futebol, era o que deveria acontecer”, acrescentou, sugerindo que considera haver demasiados jogos no calendário futebolístico actual.

Desta segunda-feira de selecção nacional destaque para a já esperada ausência de Raphaël Guerreiro, lesionado, não tendo sido chamado, até ver, nenhum jogador para o lugar do lateral-esquerdo.

De resto, os restantes 25 convocados estiveram na Cidade do Futebol, ainda que Ricardo Horta não tenha ido ao relvado. Estiveram ainda presentes dois jovens guarda-redes das selecções sub-18 e sub-20 – Gonçalo Ribeiro e José Guilherme Ribeiro, os felizardos numa prática comum de Roberto Martínez.

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