“Nenhum serviço de saúde é gerido com uma estratégia. A estratégia é salvar o dia de amanhã”

O cirurgião José Fragata vai jubilar-se e deixou há uma semana o cargo de director da Área do Coração do Hospital de Santa Marta. Fez milhares de cirurgias e salvou outras tantas vidas.

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Médico vai dar a sua última aula e jubilar-se MATILDE FIESCHI
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Foi numa das salas do quarto piso da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa que José Fragata, cirurgião cardiotorácico, falou sobre a sua última aula ao PÚBLICO. Chegado aos 70 anos, o médico olha para a carreira, as missões, os deslumbres e as desilusões de uma vida profissional que no SNS tem 46 anos e que ainda vai continuar no sector privado por alguns anos. “As missões sem valores são tarefas”, diz. E por isso fez por guiar as suas missões por três valores que considera essenciais: humanidade, humildade e resiliência. As desilusões são os doentes que não conseguiu salvar e o tempo que tirou à família. Mas o saldo é claramente positivo. No Hospital de Santa Marta, que deixou há cerca de uma semana, foi director da Área do Coração, Vasos e Tórax. Foi responsável por milhares de cirurgias e outras tantas vidas que salvou. Acompanhou o nascimento do SNS e esteve à frente de algumas intervenções pioneiras. Mas o sonho de um serviço público universal e gratuito precisa de reformas urgentes para acompanhar as mudanças económicas e da inovação, defende. “O Estado cometeu um erro grave quando deixou o SNS começar a competir com o sector privado. A ideia não é competir, é cooperar estrategicamente”, diz.

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