Bloco de Esquerda quer respostas para problema de falta de creches

Mariana Mortágua afirma que a taxa de cobertura de creches é de 50%”, o que “afecta milhares de famílias”. O BE marcou uma “interpelação ao governo para a próxima semana para debater o problema.

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Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda LUSA/MANUEL ALMEIDA

A líder do Bloco de Esquerda (BE) alertou este domingo para o problema de falta de creches no país, com "apenas 50% da taxa de cobertura", tendo afirmado que a solução passa pela integração do serviço no sistema de educação.

"Estamos prestes a iniciar um novo ano lectivo, um novo ano em que os pais procuram um local para deixar os seus filhos e não encontram", afirmou Mariana Mortágua em Alcorriol, na sardinhada anual organizada pela concelhia bloquista de Torres Novas (Santarém), tendo feito notar que, "em Portugal, a taxa de cobertura de creches é de 50%" e que "afecta milhares de famílias".

A coordenadora do BE, que anunciou uma "interpelação ao governo para a próxima semana para debater o problema das creches", frisou que este "é um problema sério, num país que se debate com problemas de natalidade e em que as famílias estão muito pressionadas pelo problema dos preços da habitação e dos bens essenciais", tendo afirmado que "é possível diferente e bem".

Nesse sentido, defendeu, e tendo em conta que "as creches gratuitas", medida que elogiou, "não chegam a toda a gente que precisa", o BE defende que, por um lado, as creches "devem fazer parte do sistema de educação" e que, por outro, o governo deve permitir que as Câmaras Municipais possam fazer acordo com a Segurança Social para poderem ter as suas próprias creches".

O almoço anual do Bloco de Esquerda de Torres Novas, que assinala a sua oitava edição contou com 121 pessoas inscritas, tendo a concelhia local destacado a importância da confraternização entre os militantes, tendo também abordado temas que preocupam a população, como o caso dos preços da habitação ou a falta de médicos de família.

No caso da habitação, a líder do BE disse que "o problema (...) não se resolve só aumentando as taxas de esforço" e que tal só sucederá "quando os bancos forem obrigados a renegociar os créditos à habitação e baixando as taxas de juro que neste momento estão a ser cobradas às pessoas".

Quanto à saúde, Mariana Mortágua disse que o problema da falta de médicos em Torres Novas é "estrutural" e "transversal" a todo o país e que acontece porque o governo "não cuidou de ter forma de atrair os médicos para os locais onde é mais difícil estar".

Para-a líder do BE, "há uma forma de resolver" o problema, tendo lembrado que "os médicos há muito tempo que o dizem".

"É criar carreiras atractivas para os médicos se fixarem no Serviço Nacional de Saúde (SNS)" para que tenhamos um SNS com capacidade organizativa em todo o território, e não como acontece neste momento. O governo devia ouvir os profissionais", concluiu.

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