Rabo de Peixe mantém-se nas mais vistas do mundo

Série portuguesa está entre as mais populares em seis países. Continuidade pode incentivar algoritmo a sugerir o título de Augusto Fraga a mais espectadores.

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"Rabo de Peixe" é a segunda série original Netflix portuguesa cortesia paulo goulart/netflix
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A série portuguesa Rabo de Peixe, uma produção original da Ukbar Filmes para a plataforma de streaming Netflix, mantém-se pela segunda semana consecutiva no top global das dez mais vistas em língua não-inglesa. A nuance é que só consta entre as dez mais populares de seis países e não em sete, como na sua primeira semana nestas listas oficiais do serviço, mas também de que a sua continuidade nestes top é um bom sinal nestas coisas das audiências no streaming.

Divulgado, como de costume, ao final do dia de terça-feira (hora portuguesa), o rol global e por país da Netflix confirmou novamente que Rabo de Peixe, ou Turn of the Tide no seu título internacional, é a nona série em língua não-inglesa mais vista nos mais de 190 países e territórios em que a plataforma opera. Já acumula, em duas semanas, 7,8 milhões de horas consumidas - é assim, por horas, e não por cabeça ou percentagens, que a Netflix partilha os poucos dados oficiais das suas audiências.

Rabo de Peixe, a segunda série original Netflix portuguesa, conseguiu na sua semana de estreia a primeira entrada de uma ficção nacional nos mais vistos da plataforma que mudou e redefiniu o audiovisual. Marco histórico para a produção nacional, a sua manutenção nos “top 10” Netflix significa que a série não foi apenas um fogo-fátuo, um fenómeno de popularidade instantânea, mas sim que tem condições para continuar a ser vista através do passa-palavra e, mais importante ainda, do algoritmo da plataforma que também alimenta sugestões conforme a popularidade de um título.

Em Portugal, a série continua em primeiro lugar há três semanas. Nos primeiros três dias no serviço escalou para número um e lá continua; Espanha e Luxemburgo foram os outros países interessados na série. Mas quando foram revelados os números oficiais quanto à primeira semana integral da série na plataforma, “Turn of the Tide: Season One” aparecia no top global de séries em língua não-inglesa, na sétima posição. Estava nas listas dos mais vistos, língua à parte, de Portugal, Espanha e Luxemburgo, Bahamas, Croácia, Chipre, Grécia, Itália, Jamaica, Quénia, Malta, Polónia, Suíça, Trindade e Tobago e Uruguai.

Agora, na semana de 5 a 11 de Junho, Rabo de Peixe é a nona mais vista e particularmente popular em Portugal, Espanha, Malta, Luxemburgo, Bahamas e Uruguai. Apesar de a manutenção no top global ser positiva e de a presença entre as mais vistas em seis países também, nota-se um ligeiro decréscimo da popularidade da série nos países em que se mantém entre os dez mais consumidos. Mas a lista global da Netflix é alimentada por todos os visionamentos em todos os países e territórios e não apenas nos países onde a série trepa para os dez mais vistos.

Rabo de Peixe tem sete episódios e é protagonizada por José Condessa, Helena Caldeira, Rodrigo Tomás e André Leitão; conta ainda com Albano Jerónimo, Maria João Bastos ou Pepê Rapazote e foi criada por Augusto Fraga para a Netflix na sequência do concurso que o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) lançou para escrita e desenvolvimento de argumentos.

Com argumento de Fraga, João Tordo e Hugo Gonçalves, e realização de Fraga e Patrícia Sequeira, é um thriller criminal baseado de forma muito solta em acontecimentos reais na freguesia micaelense em 2001: um barco de um traficante de droga largou parte da sua carga na zona e um quinhão foi apanhado pela população. O seu lastro, sanitário e social, sente-se até hoje e esta é uma história à imagem do que poderia ter sido o dilema de quatro amigos e alguns pequenos criminosos na ilha açoriana perante aquele insólito.

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