De acampamento novamente montado, professores insistem que não vão parar

A Praça do Rossio, em Lisboa, vai voltar a ser ocupada por várias dezenas de professores e trabalhadores não docentes, que exigem melhores carreiras. O protesto deve durar até dia 1 de Maio.

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Cerca de 30 tendas encheram a Praça do Rossio LUSA/JOSE SENA GOULAO
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O acampamento deverá mudar-se para o Largo do Carmo onde ficará montado até dia 1 de Maio. LUSA/JOSE SENA GOULAO

Professores e funcionários das escolas iniciaram esta segunda-feira um novo acampamento em defesa da escola pública e, já com as cerca de 30 tendas montadas, insistiram que a contestação não vai parar.

A Praça do Rossio, em Lisboa, fica assim ocupada por várias dezenas de professores e trabalhadores não docentes, num novo acampamento por melhores carreiras e pela recuperação do tempo de serviço, que deverá prolongar-se até dia 1 de Maio.

"Que o Governo não se esqueça. No que depender do Stop, nós vamos continuar esta luta até os profissionais da educação quererem", afirmou André Pestana, coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop). Pestana garante que não vai parar até que o Governo responda às reivindicações.

Desta vez, os professores parecem não aceitar outra resposta que não a recuperação integral do tempo de carreira que esteve congelado: seis anos, seis meses e 23 dias.

"A indignação conseguiu ganhar voz e sair para as ruas, coisa que, nestes últimos anos, esteve praticamente adormecida", afirmou Ana Custódio, professora de História e Geografia, considerando também que os professores não pedem mais do que a devolução daquilo que lhes foi retirado e sentem-se "arrogantemente ignorados pela tutela".

O também professor de História, Ricardo Silva acrescentou que, no seu entender, o Ministério da Educação mantém uma "postura de grande obstinação" e parece recursar-se a negociar de forma séria.

"Uma negociação séria tinha de ser um processo intenso para se resolverem os problemas e o Governo não quer resolver os problemas. No fundo, vai dando uma mão cheia de nada", disse Ricardo Silva, que criticou também algumas das propostas apresentadas pela tutela às organizações sindicais no âmbito das negociações, incluindo o novo regime de gestão e recrutamento que acabou por ser aprovado em Março, sem acordo dos sindicatos.

"Se o Governo quer que as greves parem, não pode responsabilizar os professores", acrescentou, retirando que "há muitos anos" que estão em falta boas condições de trabalho e nas escolas.

Na terça-feira, estes mesmos profissionais vão participar na manifestação nacional do 25 de Abril. O coordenador do Stop, André Pestana, voltou a apelar à participação da sociedade civil, defendendo que, além da escola pública, que deve ser uma luta de todos, está também em causa a defesa da saúde pública, dos trabalhadores e da habitação.

"Com o que estamos a viver neste momento em Portugal, não pode ser mais um 25 de Abril ritual. Temos de fazer o maior 25 de Abril deste século", sublinhou, citando a faixa que dezenas de colegas erguiam atrás, em que se lia "Só não há dinheiro para quem trabalha".

Após a manifestação, o acampamento passará para o Largo do Carmo, onde deverá manter-se até dia 1 de Maio.

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