Exumados corpos de 47 alegadas vítimas de culto no Quénia. Terão morrido à fome

O líder do grupo cristão Good News International Church convenceu os fiéis a morrer à fome para “conhecer Jesus”. A polícia vai proceder a testes de ADN para confirmar causa das mortes.

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Estação televisiva estatal do Quénia avança que já foram identificadas 58 sepulturas REX/SHUTTERSTOCK

A polícia do Quénia já exumou 47 corpos de alegados seguidores de um culto cristão segundo o qual se acreditava que o Céu estaria garantido se as pessoas morressem à fome. O processo de investigação decorre desde sexta-feira na floresta de Shakahola, próxima da cidade costeira de Malindi, afirmou à Reuters o detective Charles Kamau.

Já este mês, a polícia resgatou 15 membros do grupo — crentes da Good News International Church (Igreja Internacional das Boas Notícias, numa tradução livre para português) — que foram convencidos a morrer à fome para “conhecer Jesus”. Apesar do socorro prestado, quatro pessoas do grupo morreram antes de conseguirem chegar ao hospital, informou a polícia.

O líder da igreja, Paul Mackenzie, foi detido após denúncias de alegadas sepulturas rasas de, pelo menos, 31 seguidores do culto. Fontes policiais relataram que o líder espiritual recusou comer ou beber enquanto permanecer em prisão preventiva.

Segundo a BBC, Paul Mackenzie garante que terminou o culto em 2019. Contudo, a estação televisiva estatal KBC avança que já foram identificadas 58 sepulturas. A polícia informou que vai proceder a testes de ADN para confirmar a causa de morte das pessoas identificadas.

O ministro do Interior do Quénia, Kithure Kindiki, garantiu que os 800 hectares de floresta foram interditados e o local declarado como cena de crime. “Esta praga horrenda deve levar não só à punição mais severa dos perpetradores de atrocidades em tantas almas inocentes, mas também a uma regulamentação mais rígida de cada igreja, mesquita, templo ou sinagoga”, afirmou Kithure Kindiki.

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