China rejeita rotular Europa de “rival sistémico” e fala em “divergências pontuais”

Parlamento chinês reúne-se este fim-de-semana em Pequim. Domingo vão ser conhecidas metas do crescimento económico.

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Conselho Consultivo do Povo iniciou os trabalhos neste sábado e domingo é a vez do Congresso Nacional do Povo EPA/MARK R. CRISTINO

Um porta-voz do Congresso Nacional do Povo Chinês, que inicia no domingo a sua sessão legislativa anual, em Pequim, rejeitou neste sábado, numa conferência de imprensa de lançamento do evento, a ideia de que a Europa se tenha convertido num “rival sistémico” da República Popular da China.

Citado pelo Global Times – jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) em língua inglesa –, Wang Chao argumentou que essa “falácia” é orientada por uma “mentalidade de Guerra Fria e por preconceitos ideológicos” e apelou à expansão da cooperação bilateral entre os dois blocos para fomentar o desenvolvimento a nível global.

Wang assumiu que existem “divergências em certos aspectos”, mas insistiu que nenhuma das partes tem qualquer tipo de “desacordo estratégico”. Estas declarações parecem ser uma clara tentativa de traçar uma diferença de fundo com a relação que a China tem com os Estados Unidos, a maior força geopolítica ocidental e principal rival de Pequim.

Segundo os dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, o comércio bilateral entre a China e a União Europeia aumentou 5,6% em 2022.

O Parlamento chinês inicia formalmente os seus trabalhos no domingo, mas neste sábado já foi revelado que vão ser aprovadas reformas no Governo, na economia e nas estruturas do Estado.

Os analistas acreditam que o PCC vai aproveitar estas alterações para reforçar o seu controlo do poder político a nível local e regional.

Para além disso, vão ser reveladas as metas de crescimento para 2023, o orçamento de Defesa e os nomes de alguns dos novos membros do Governo, como o do primeiro-ministro. Vai ser ainda confirmada a recondução de Xi Jinping a um terceiro mandato presidencial.

Realizadas nos edifícios governamentais da Praça de Tiananmen, as chamadas “Duas Sessões” começaram oficialmente neste sábado, com a cerimónia de abertura dos trabalhos do Conselho Consultivo do Povo Chinês, um órgão de aconselhamento político.

Tanto num como noutro órgão, o papel dos membros e delegados é muito reduzido, limitando-se a aprovar as leis e nomeações já decididas pelo Comité Permanente do Congresso, um órgão com cerca de 170 membros dominado pelo topo da hierarquia do PCC.

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