A Igreja não merece o benefício da dúvida

Julgo que este meu ceticismo profundo é até uma obrigação cívica.

Passada a primeira onda de choque provocada pela divulgação do relatório sobre os abusos sexuais na Igreja, e em vésperas da reunião, em Fátima, da Comissão Episcopal Portuguesa que o analisará, é tentador acreditar que, depois de tudo isto, nada ficará na mesma e que estamos perante um histórico momento de viragem. É a tese do copo meio cheio. Que não deixa de ter algum racional. Desde logo a indesmentível coragem do Papa Francisco parece indiciar um compromisso pessoal em olhar de frente para o flagelo. Depois, o desassombro inteligente e sensível da Comissão Independente não pode deixar de ser aplaudido e parece ajudar a sustentar, pelo tremendo impacto que soube provocar na sociedade, esta tese mais otimista.

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