Barcelona-United, um jogo grande que foi um grande jogo

Empate em Camp Nou deixa tudo em aberto para a segunda mão do play-off de acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa.

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Raphinha esteve em grande destaque no ataque do Barcelona Reuters/NACHO DOCE

O jogo de maior cartaz do play-off de acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa terminou com um empate (2-2). Em Camp Nou, Barcelona e Manchester United alternaram períodos de maior domínio e protagonizaram um encontro com direito a reviravolta e incerteza até final. A mesma incerteza que persiste quanto ao desfecho da eliminatória.

Na Catalunha, começou por comandar o Barcelona. Com um futebol de posse e combinações curtas, abafou o adversário durante cerca de 20 minutos. Sem conseguir sair do meio-campo, por força da boa reacção dos "blaugrana" à perda da bola, o United (que contou com Bruno Fernandes como titular) foi resistindo como pôde.

Quando o pressing do Barça diminuiu, veio à tona a outra face do Manchester, capaz de esticar o jogo em transições à procura da velocidade de Marcus Rashford. E foi assim que criou algum perigo junto da baliza de Ter Stegen até ao intervalo, altura em que os indicadores estatísticos já mostravam algum equilíbrio - com excepção da posse de bola, claro, um predicado dos catalães.

No regresso dos balneários, os anfitriões chegaram à vantagem, fruto de um pontapé de canto que Marcos Alonso aproveitou, ao segundo poste, para um cabeceamento cirúrgico. Foi o catalisador para um jogo de maior vertigem, de acelerações, que ia mais ao encontro das aspirações dos britânicos.

Isso ficou claro logo aos 53', quando Rashford fugiu pela direita e, já perto da linha final, arriscou um remate cruzado. Ter Stegen não ficou bem na fotografia (a bola entrou rasteira ao primeiro poste), mas tornava-se evidente que o Barcelona tinha dificuldades em contrariar o ataque do adversário à profundidade.

O United, com Casemiro determinante para manter os equilíbrios defensivos que permitiam as transições rápidas, explorou a mesma fórmula aos 59', desta vez com um pouco de felicidade à mistura. Novamente pela direita, novamente Rashford, com um cruzamento mortífero que contou com um desvio inadvertido de Koundé.

O 1-2 no marcador premiava a maior ousadia e o futebol mais vertical do United, mas não era suficiente para anular o Barcelona, que arriscou com as entradas de Ansu Fati e Baldé, à procura do empate. E ele chegou aos 76' pelo pé esquerdo do mais irreverente atacante da noite, Raphinha. O brasileiro cruzou tenso na direcção da baliza e Lewandowski, mesmo sem tocar na bola, ajudou à festa.

Até ao final, mais do mesmo. Duas equipas à procura da vitória, inconformadas. De um lado, Rashford (já sem grande critério) com duas ocasiões promissoras; do outro, Raphinha a deixar a cabeça em água à defesa britânica e a testar os reflexos de De Gea. Algo que Fati também fez, pouco depois de os catalães terem enviado uma bola ao poste.

Tudo somado, 2-2. Empate e tudo para decidir dentro de uma semana, em Old Trafford, onde os adeptos das duas equipas seguramente estarão a torcer para um embate que conte pelo menos com a mesma dose de emoção. Com um jogo grande que seja, simultaneamente, um grande jogo.

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