SNS “a trabalhar” para resolver problemas no Amadora-Sintra, diz ministro

Antigos chefes do serviço de urgência do hospital apelaram a uma “tomada de medidas urgentes”, numa carta enviada ao director executivo do SNS, Fernando Araújo.

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Urgências do hospital Amadora-Sintra Nuno Ferreira Santos

O ministro da Saúde assegurou esta sexta-feira que a direcção executiva do SNS está a trabalhar activamente com o Hospital Fernando Fonseca (HFF) e com os profissionais para encontrar soluções estruturais para os problemas que existem.

Os oito chefes e sete subchefes das equipas do Serviço de Urgência de Medicina do HFF, conhecido como Hospital Amadora-Sintra, que apresentaram a demissão em 29 de Novembro por considerarem estar em causa a qualidade assistencial e a segurança dos utentes, enviaram uma nova carta ao conselho de administração do hospital e ao director executivo do SNS, Fernando Araújo, a reforçar a decisão e apelando a uma "tomada de medidas urgentes e indispensáveis à resolução dos problemas estruturais de funcionamento do Serviço de Urgência Geral".

Comentando esta situação aos jornalistas, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que, "apesar de tudo, no Hospital Fernando Fonseca, existe hoje um ambiente de maior tranquilidade em relação ao que existia anteriormente".

"É do meu conhecimento que a direcção executiva do SNS está a trabalhar activamente com o hospital e com os profissionais para encontrar soluções estruturais para os problemas que existem e que têm de ser resolvidos com diálogo, com a participação de todos", afirmou o governante à margem da inauguração da escultura Heróis da Pandemia, promovida pela Ordem dos Médicos em homenagem aos clínicos.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, os responsáveis afirmam que "mais de 50 dias passados, e com excepção de algumas medidas de âmbito regional e nacional, não é visível nem teve impacto no funcionamento do Serviço de Urgência Geral, nenhuma das medidas anunciadas na reunião de 7 de Dezembro" e que a os problemas identificados na carta de 29 de Novembro "permanecem ou agravaram-se".

"As preocupações que os médicos exprimem estão e vão ser tratadas e vão ser tratadas com o seu envolvimento", insistiu Manuel Pizarro.

O HFF, que serve as populações de Sintra e da Amadora, afirmou na quinta-feira numa resposta à Lusa que tem vindo a "adoptar medidas de forma a mitigar os constrangimentos, nomeadamente a contratação de horas de prestação de serviços adicionais, majoração dos valores por hora de prestação de serviços no que respeita a especialistas e não especialistas e o lançamento de processos de recrutamento de médicos".

O hospital sublinha que "é essencial que a abordagem transcenda as questões políticas e sindicais que neste momento envolvem as negociações de carreiras que decorrem entre as estruturas representativas dos legítimos interesses dos médicos e o Ministério da Saúde".

Numa análise à realidade do serviço de urgência da instituição, frisa que este "tem características únicas" e "serve a maior área demográfica de Portugal e de todo o Serviço Nacional de Saúde".

"O HFF dá resposta a 550 mil utentes com características sociais e culturais muito desafiadoras. Impõe-se, por isso, uma palavra de agradecimento aos profissionais de saúde do HFF que, com espírito de missão e sacrifício, prestam os melhores cuidados de saúde possíveis à população dos concelhos da Amadora e de Sintra", defende a administração do hospital.

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