Ministro admite que rastreio do cancro do colo do útero não recuperou desde a pandemia

Manuel Pizarro espera que 2023 seja “um ano de melhoria”.

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O ministro da Saúde diz que Portugal tem razões para se orgulhar no trabalho feito na luta contra o cancro LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse este sábado que os níveis de rastreio do cancro da mama estão “francamente bem”, mas admitiu que os do cancro do colo do útero ainda não recuperaram ainda desde o início da pandemia de covid-19.

No caso do cancro da mama, o rastreio está francamente bem. Convocámos, em 2022, 98% das mulheres elegíveis para esses rastreios. Esse é um resultado muitíssimo positivo, declarou o ministro à margem da cerimónia para assinalar o Dia Mundial do Cancro, no Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro.

No caso do rastreio do cancro do colo do útero, porém, Manuel Pizarro assumiu que Portugal está ainda a recuperar. Francamente, não conseguimos o nível de rastreio que havia antes da pandemia. É um trabalho que estamos a fazer. Espero que 2023 seja já, desse ponto de vista, um ano de melhoria.

Em relação ao rastreio do cancro colorrectal, o ministro da Saúde admitiu que a situação é díspar no país, estando melhor no Norte do que nas restantes zonas nacionais. Estamos muito bem na região norte, onde 85% das pessoas que deviam ser rastreadas foram convocadas e mobilizadas para o rastreio. Estamos menos bem noutras regiões, reconheceu.

Neste contexto, defendeu a criação de condições para expandir para o resto do país os bons resultados da região norte. Questionado pelos jornalistas, o ministro considerou que esta disparidade se poderá explicar fundamentalmente por questões logísticas, mas não descartou que possa ser também influenciada pela falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Fundamentalmente, por questões logísticas, embora, porventura, o tema dos profissionais também tenha o seu lugar. É um trabalho que estamos agora a fazer do ponto de vista técnico – perceber porque é que nuns sítios estamos melhor do que noutros e procurar uniformizar com os melhores resultados.

Manuel Pizarro defendeu que Portugal tem razões para se orgulhar do trabalho que está a fazer na luta contra o cancro e citou um estudo publicado esta semana da OCDE e da Comissão Europeia que indica que Portugal tem resultados que se comportam “favoravelmente [na comparação] com a média europeia.

Resultados a todos os níveis. Na detecção precoce, no tratamento, na sobrevida dos doentes, no fundo é o resultado que mais importa. Isto é feito para as pessoas, disse. Mas reconheceu que temos espaço para melhorar e que “esse trabalho tem de continuar a ser feito.

O ministro participou nas cerimónias para assinalar o Dia Mundial do Cancro no Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro, que contou com a presença de Fernando Araújo, director executivo do SNS, e em que foi homenageado o presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro, Vítor Veloso, pelos 20 anos de dedicação à instituição em regime de voluntariado e uma vida dedicada à oncologia e defesa dos direitos dos doentes.

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