Projecto que representa Portugal na Bienal de Veneza de Arquitetura lançado em Lisboa

Debate sobre a escassez da água doce vai ter lugar na sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa.

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O projecto da arquitecta, curadora e professora universitária Andreia Garcia é uma resposta à convocatória de Lesley Lokko, curadora da 18.ª edição da bienal nelson garrido

O projecto Fertile Futures, que vai representar Portugal na Bienal de Veneza de Arquitectura, com curadoria de Andreia Garcia, que inclui debates sobre a escassez da água doce, vai ser lançado no fim-de-semana, em Lisboa.

O lançamento do projecto que problematiza a questão dos recursos hídricos a partir de sete diferentes casos do território português irá decorrer no sábado e domingo no Palácio Sinel de Cordes, sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa, num programa de debates com 16 participantes nacionais e estrangeiros, segundo a organização.

As cinco assembleias de pensamento que compõem o projecto Fertile Futures integram momentos de debate, sensibilização e mediação abertos ao público, e de acesso gratuito, que irão decorrer em Lisboa, Veneza, Braga, Faro e Porto Santo.

Comissariada e organizada pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes), a representação oficial portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza 2023 propõe-se discutir e apresentar estratégias para a gestão, reserva e transformação da água doce e contribuir para uma discussão global.

O projecto da arquitecta, curadora e professora universitária Andreia Garcia é uma resposta à convocatória de Lesley Lokko, curadora da 18.ª Exposição Internacional de Arquitectura — Bienal de Veneza, que tem como título e tema O Laboratório do Futuro.

De acordo com a organização, as sessões visam "alimentar a reflexão em torno da água doce como elemento vital às espécies humana e não-humana, funcionam como espaços de (re)aprendizagem recíproca assente na coexistência entre saberes".

No âmbito do projecto Fertile Futures vão ser convidadas equipas de arquitectura, em colaboração com especialistas de outras áreas, "para problematizar e desenhar soluções especulativas que procuram inverter a memória recente de sobreposição e imposição de modelos, interesses e formas de actuação" sobre estes recursos.

Os casos em estudo escolhidos para o projecto, exemplificativos da acção do ser humano sobre recursos hídricos, naturais e finitos são "o impacto da Gigabateria na bacia do Tâmega; a quebra da convenção no Douro Internacional; a extracção mineira no Médio Tejo; a imposição de interesses na Albufeira do Alqueva; a anarquia no perímetro de rega do Rio Mira; a sobrecarga das lagoas na Lagoa das Sete Cidades e o risco de aluviões nas Ribeiras Madeirenses".

Nesta primeira sessão de lançamento de Fertile Futures participam, como consultores, Álvaro Domingues, Ana Salgueiro Rodrigues, Ana Tostões, Andres Lepik, Aurora Carapinha, Eglantina Monteiro, Érica Castanheira, Francisco Ferreira, João Mora Porteiro, João Pedro Matos Fernandes, Luca Astorri, Margarida Waco, Marina Otero, Patti Anahory, Pedro Gadanho e Pedro Ignacio Alonso, e decorre sábado, entre as 10h20 e as 13h30, e as 15h00 e 17h30, e domingo, das 10h20 às 13h30.

O projecto de Andreia Garcia foi seleccionado no âmbito de um concurso promovido pela DGArtes, e defenderá, entre Portugal e Veneza, "a pertinência do contributo da Arquitectura no redesenho do futuro descarbonizado, descolonizado e colaborativo".

No âmbito deste trabalho, serão encomendados a arquitectos e arquitectas, e a artistas de outras áreas de conhecimento, "a apresentação de modelos propositivos para um amanhã mais sustentável, saudável e equitativo, em cooperação não hierarquizada entre disciplinas, gerações e espécies".

A representação portuguesa vai ficar instalada no Palazzo Franchetti durante a Bienal de Arquitectura de Veneza, que decorre entre 20 de Maio e 26 de Novembro, com uma pré-abertura a 18 e 19 de Maio.

Na edição anterior, Portugal foi representado com o projecto In Conflict, do colectivo de arquitectos depA, para responder à pergunta colocada pelo curador Hashim Sarkis sobre Como vamos viver juntos?.

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