Misericórdia, de Lídia Jorge: o livro dos sentimentos

Lídia Jorge escreveu um romance bondoso, amável, lírico, sobre a velhice e a solidão.

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Misericórdia, uma deambulação pela velhice e pela solidão, é um romance diferente dos anteriores livros de Lídia Jorge Rui Gaudêncio

Lídia Jorge (n. 1946) confessou em várias entrevistas que a escrita do seu mais recente romance, Misericórdia, lhe foi inspirada pelo acontecimento da morte da mãe — faleceu no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime no começo da pandemia; pelo menos numa das entrevistas adianta que o próprio título lhe foi pedido pela mãe, para que as pessoas ao lê-lo "tivessem mais compaixão umas pelas outras". Lídia Jorge assim fez, escreveu um livro bondoso, amável, como quem luta por aperfeiçoar um mundo onde a esperança parece muitas vezes andar desencaminhada. E como que para sublinhar esta ideia, a personagem afirma numa frase de efeito: "Eu sou uma daquelas pessoas que não pensa que a esperança é a última a morrer. Eu penso que a esperança é simplesmente imortal."

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