Protestos no Irão: depois dos véus, jovens fazem cair os turbantes

Apesar dos avisos das autoridades, as manifestações no Irão continuam. Desta vez, a revolta contra o regime está a fazer saltar turbantes.

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Morte de Mahsa Amini deu início a uma vaga de protestos que continua imparável EPA/ERDEM SAHIN

Desde a morte de Mahsa Amini, a contestação ao regime iraniano tem tomado novas formas, apesar da violenta repressão policial nas ruas. Agora, os jovens estão a fazer saltar os turbantes das cabeças dos clérigos islâmicos, um gesto proibido no Irão.

Atirar ao ar os turbantes dos mulás, nome dado aos clérigos islâmicos, significa mostrar-lhes o dia-a-dia das mulheres iranianas, justificam os manifestantes, citados pela emissora Iran International.

Nas redes sociais, a par da partilha de memes, os jovens disputam concursos de “Atirar o Turbante” e publicam vídeos do “novo desporto do Irão”. Nas imagens, correm atrás dos mulás e, num movimento brusco, atiram ao ar os turbantes dos homens.

Para perceberem a insegurança sentida pelas mulheres, contudo, os mulás teriam de ser detidos, humilhados e atacados pela chamada polícia da moral, que assegura o cumprimento do rigoroso código de indumentária do país.

No passado fim-de-semana, a maioria dos membros do Parlamento iraniano apelou a que os manifestantes, “inimigos de Deus”, como foram chamados, fossem condenados a pena de morte.

Desde o assassinato de Mahsa Amini, em Setembro, que os protestos no Irão têm vindo a ganhar força. Em resposta, a violência policial já provocou mais de 320 mortes, incluindo de dezenas de menores. O Governo do Irão, contudo, garante que ninguém foi morto pelas forças de segurança.

Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida pela polícia de costumes por usar o véu islâmico de forma incorrecta, e acabou por morrer no hospital, depois de ser espancada.

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