MUTIM é a nova associação das mulheres no cinema e audiovisual

A MUTIM - Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento surgiu para combater a desigualdade de género, dar mais visibilidade e proporcionar mais oportunidades laborais às profissionais. Menos de um em cada quatro realizadores europeus é uma mulher.

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Em nome da paridade de género no cinema e audiovisual portugueses, um grupo de mulheres criou uma associação, cujo primeiro passo é mapear e conhecer quem faz parte do sector, disse à agência Lusa a presidente da MUTIM, Paula Miranda.

“A Mutim quer representar as mulheres que trabalham nessas áreas. A ideia será lutar pelos direitos das mulheres, expressar as suas preocupações, as suas vontades e ser uma plataforma onde elas possam reunir, partilhar o que quiserem e pôr em acção o que quiserem”, sublinhou.

A MUTIM - Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento foi formalizada na quinta-feira, mas a sua criação andava a ser planeada há um ano, quando aconteceram convocatórias de reuniões com mulheres trabalhadoras do cinema e do audiovisual.

“Estamos todas cá a trabalhar há muitos anos e, no entanto, não nos conhecemos, não estamos organizadas. Havia um vazio, não havia uma organização, mas não sabíamos que havia vontade de criar uma associação. As primeiras respostas às primeiras convocatórias foram óptimas. Na primeira reunião compareceram 60 pessoas, de todo o país. Havia claramente uma vontade de nos organizarmos, com necessidades em comum e vontade de uma mudança, afirmou a presidente da MUTIM.

Para combater a desigualdade de género, dar mais visibilidade às mulheres e proporcionar mais oportunidades laborais, um dos primeiros passos da associação é conhecer o meio.

“Sabemos que não existe paridade em muitos sectores. A informação não existe, mas eventualmente haverá tantas mulheres como homens a trabalhar no audiovisual. Mas não sabemos em concreto. Queremos saber quantas mulheres trabalham, em que área, em que cargo”, reforçou Paula Miranda.

A associação tem a percepção de que há mais mulheres a trabalharem em áreas como guarda-roupa e maquilhagem, mas a percentagem de mulheres em cargos de chefia e direcção, seja na realização, produção, direcção de fotografia ou artística, é “uma minoria mesmo muito pequenina”.

A MUTIM quer ser “uma ferramenta que também estuda e debate as questões do meio, valoriza o trabalho das mulheres dentro destes sectores. E tentar impulsionar para que haja uma paridade geral, especialmente nos cargos de chefia dentro de todos estes sectores”.

Entre os objectivos divulgados na página oficial da MUTIM está a promoção da paridade de género, por exemplo, em comissões dos júris que avaliam e atribuem apoios financeiros, e em direcções e conselhos directivos de organismos públicos ligados ao sector.

“Combater qualquer tipo de discriminação e assédio no meio do cinema e do audiovisual” e valorizar o equilíbrio na relação entre trabalho e família são outros pilares da MUTIM.

A associação prepara-se para se apresentar ao sector, mas conta já com adesão de trabalhadoras de várias áreas, como produção, realização, guionismo, tanto da área do cinema, como do audiovisual e da publicidade.

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