Pier Paolo Pasolini x 4: o corsário, o poeta, partilhado pelo actor Ninetto Davoli, que com ele viveu, e assumido como referência pelo actor e encenador Albano Jerónimo.

Passam 100 anos do nascimento da figura mais polémica da cultura italiana do pós-guerra. Um intelectual que fez uma análise das transformações da sociedade em chave apocalíptica, viveu em regime de excesso, exerceu a crítica total. Os ensaios de António Guerreiro e de Hugo Pinto dos Santos referem o corsário e o poeta, que falava na sua arte da vida do ser humano.

Ninetto Davoli foi um encontro crucial da sua vida. Viveram juntos durante vários anos, pouco depois de se terem conhecido nos descampados da periferia romana. É uma chave para o mundo da vida e da obra de Pasolini. Luís Miguel Oliveira entrevista-o, nas vésperas de Ninetto vir a Lisboa para o foco dedicado ao cineasta pela Festa do Cinema Italiano

Pasolini é uma descoberta antiga na vida de Albano Jerónimo. Tornou-se uma referência fundamental para o actor e encenador, que está agora em palco com Orgia.

 

 

Vítor Belanciano descobre uma cidade à flor da pele no MATT. Criada a partir de muitas cidades. É a monumental instalação-vídeo Prisma de Vhils, convite para o visitante se perder num labirinto de estímulos.

Não saímos do MATT tão depressa. Há outra exposição importante: a colectiva Interferências. Um outro olhar sobre os fluxos humanos e urbanos de Lisboa, do pós-25 de Abril até hoje. Com obras de consagrados (Julião Sarmento, Ana Hatherly, Ernesto de Sousa), do circuito da arte contemporânea (Carlos Bunga, Ana Aragão, Kiluanji Kia Henda, Gonçalo Mabunda, Marta Soares, Mónica de Miranda) e uma larga maioria que tem vindo a trilhar outros caminhos, por norma ausentes dos espaços museológicos (MaisMenos, Fidel Évora, Julinho KSD, Marta Pina, Rod, Likanu, Unidigrazz, Wasted Rita, Petra Preta, Filipa Bossuet, Né Jah, Sepher AWK, Rico Zua e muitos outros), utilizando, alguns deles, a rua como lugar de expressão e experimentação.

 

 

É um daqueles filmes que muda a nossa percepção das coisas à saída de uma sala de cinema. Transtorna-nos. Placidamente. É muito, muito bonito O Que Vemos Quando Olhamos para o Céu?. É um jogo que coloca o espectador no lugar da infância. É um documentário sobre uma cidade da Geórgia que pede para o espectador ser adulto. É também a confissão de uma paixão por Lionel Messi. Como falar de fábulas com a guerra ao lado?, inquieta-se Aleksandre Koberidze, o realizador. Dizemos-lhe que a brisa levar-nos-á.

 

Mas sobre a guerra há um dossier especial, especialíssimo, nesta edição. Assina-o João Peste.

Em tempo de guerra, não se limparam armas. Criaram-se canções que reflectiram o impacto dessa experiência na vida das pessoas. Por isso guardamos connosco War is stupid, give peace a chance ou imagine all the people living life in peace. Eis então, da I Guerra aos bombardeamentos com napalm no Vietname, da bomba de Hiroshima à invasão da Ucrânia, 1914-2022 em 150 canções.​ O fresco histórico e uma lista...