Obras do metrobus chegam ao centro de Coimbra e condicionam circulação até meados de 2023

Empreitada do troço entre o Alto de São João e Portagem é consignada na segunda-feira. Investimento de 23,6 milhões de euros tem prazo de execução de 18 meses.

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Ministro Pedro Nuno Santos no auto de consignação LUSA/SÉRGIO AZENHA

Até Maio de 2023, deverá haver condicionamentos no trânsito em Coimbra, nas zonas da Solum e Portagem, por causa das obras para instalar o Sistema de Mobilidade do Mondego. Com a consignação da empreitada do troço do Alto de São João até à Portagem, que decorre na próxima segunda-feira, em Coimbra, arrancam as obras de execução do canal por onde circulará o metrobus (sistema de autocarros eléctricos), avança a Infra-estruturas de Portugal (IP) ao PÚBLICO. 

Os trabalhos para adaptar o antigo Ramal da Lousã ao Sistema de Mobilidade do Mondego já tinham começado, mas têm decorrido entre Serpins, na Lousã, e o Alto de São João, à entrada de Coimbra. A partir de segunda-feira, as obras, que representam um investimento de 23,6 milhões de euros e estão a cargo da empresa DST – Domingos da Silva Teixeira, entram na cidade, sendo que está previsto um prazo de execução de 18 meses 

O impacto dos trabalhos vai sentir-se principalmente nas zonas da Solum e Portagem. Em parte do percurso de 5,2 quilómetros, o Sistema de Mobilidade do Mondego vai aproveitar o desenho do antigo canal ferroviário do Ramal da Lousã, estrutura desactivada há uma década e que terá que ser adaptada. A transformação urbana mais significativa deste troço acontece na chamada variante da Solum, em que a linha de metrobus sai do canal ferroviário para passar por uma zona com maior densidade residencial, indo até ao Estádio Cidade de Coimbra, num desvio de 1,4 quilómetros.  

Na Avenida Emídio Navarro, uma via paralela ao rio Mondego que dá acesso ao Largo da Portagem, também haverá alterações à actual configuração rodoviária, com instalação de um canal de metrobus com a extensão de um quilómetro. 

A empreitada prevê também a construção de 10 paragens com dupla plataforma ao longo do troço que vai do Alto de São João até à Portagem, bem como a criação de uma zona de inversão de sentido e de carregamento eléctrico.  

A maior fatia deste investimento (77,8%) é assumida pela Infra-estruturas de Portugal, sendo o restante repartido pelas empresas Águas do Centro Litoral e Águas de Coimbra. 

No entanto, os trabalhos no miolo da cidade para instalar o metrobus não ficam por aqui: ao troço cuja empreitada é consignada nesta segunda-feira, numa cerimónia em que está prevista a presença do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, soma-se a Linha do Hospital e o canal da Portagem até à estação de Coimbra-B. Os concursos para estas duas empreitadas estão a decorrer e a IP prevê que a consignação aconteça no primeiro trimestre de 2022. 

Para obter informações detalhadas sobre as alterações no trânsito, o PÚBLICO questionou a Câmara Municipal de Coimbra, que respondeu através da divisão de comunicação, referindo que a vereadora com o pelouro da mobilidade, Ana Bastos, “desconhece o projecto, pelo que não consegue responder”. Até à mudança de executivo camarário, em Outubro, Ana Bastos estava na oposição e “tentou aceder várias vezes ao projecto, mas nunca lhe foi facultado”, refere a autarquia. No entanto, garante que “a partir de segunda-feira, a CMC vai trabalhar em conjunto com a IP e com a Metro Mondego no desenvolvimento do projecto”.  

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