O poder de Jane Campion

E se, apesar de Um Anjo à Minha Mesa e de O Piano, o século XXI fosse a melhor era de Campion? A realizadora é homenageada no LEFFEST.

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Sean Gallup/Getty Images

Tornou-se rara. The Power of the Dog, que tem as primeiras exibições portuguesas no LEFFEST, é o seu primeiro trabalho para cinema em doze anos, desde Bright Star — Estrela Cintilante. Se repararmos que Bright Star vinha também ao cabo de um hiato razoável — seis anos depois de In the Cut — Atracção Perigosa (2003) — as contas dão que no século XXI a neozelandesa estreou apenas três longas de ficção, complementadas por algum trabalho para televisão e em formatos curtos e/ou documentais. Apesar dessa rarefacção progressiva, o seu nome permanece poderoso: o impacto do seu período de maior fama, aquele que se seguiu à estreia de O Piano e à Palma de Ouro em Cannes, teve a força para funcionar em longa duração, e para resistir às reacções tépidas suscitadas pelos filmes posteriores. De facto, entraram mais no “léxico” cinéfilo mundial os filmes que assinou até ao Piano, inclusive, Sweetie e Um Anjo à Minha Mesa (1990), do que qualquer um dos que realizou depois, e que incluem, ainda, uma adaptação de Henry James (Retrato de uma Senhora, 1996) e Fumo Sagrado (1999), produção  de elenco internacional mas que configura, até à data, o último regresso de Campion aos ambientes e às paisagens dos antípodas (Austrália, neste caso).

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