Direcção de Rio avisa críticos: “Não é altura para conjecturas nem debates internos”

Comissão permanente do PSD apela aos militantes para que respeitem, de forma solidária, o desafio das autárquicas.

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Rui Rio tem a expectativa de um resultado eleitoral "muito positivo" LUSA/PAULO CUNHA

A comissão permanente do PSD, o núcleo duro de Rui Rio, enviou, esta segunda-feira, um comunicado aos militantes sobre as eleições autárquicas em que deixa um recado interno: “Não é a altura para conjecturas, nem para debates internos sobre o futuro do PSD”.

A nota surge na véspera do arranque da campanha oficial para as eleições autárquicas e pode ser entendida como um recado para Paulo Rangel, que tem causado desconforto na direcção por causa da exposição mediática que gerou a ideia da sua eventual candidatura à liderança do partido.

“Tudo o que possa contribuir para nos desviar do objectivo de um bom resultado no próximo dia 26 é negativo para o partido e não respeita, acima de tudo, o valor da lealdade e gratidão para com todos os nossos candidatos que, no terreno, se esforçam dedicadamente para obter um bom resultado para o partido e, essencialmente, para o país”, de acordo com o comunicado.

 “Esta não é a altura para conjecturas, nem para debates internos sobre o futuro do PSD. O futuro do partido está, isso sim, nos resultados das próximas eleições autárquicas. Saibamos todos entender e respeitar solidariamente esse desafio”, reforça.

A direcção de Rui Rio assume que “o clima de mobilização e de entusiasmo” testemunhado “um pouco por todo o país” leva a criar a “expectativa de uma forte participação e de um resultado eleitoral muito positivo que se traduza numa maior implantação do PSD no território e numa reforçada dinâmica da acção política de alternativa ao Partido Socialista, quer ao nível nacional, quer local”.

Neste período de pré-campanha, é salientado que “os membros da comissão política nacional têm acorrido aos inúmeros convites formulados pelas estruturas locais para participarem em acções de apresentação ou de promoção das candidaturas”. O certo é que outras figuras sociais-democratas como Paulo Rangel e Luís Montenegro também o têm feito.

A comissão permanente do PSD enviou a nota com a justificação de fazer um primeiro balanço do processo de preparação das autárquicas e saudou “a forma planeada e cooperante como maioritariamente decorreu a preparação das candidaturas”, elogiando o papel das estruturas locais e de José Silvano, secretário-geral e presidente da comissão autárquica nacional.  

O comunicado adianta ainda que estão envolvidos 64.482 candidatos autárquicos, dos quais 37.547 são independentes, o que “é bem revelador da capacidade demonstrada pelo PSD em abrir-se à cooperação com outros partidos, mas, mais importante, a capacidade de incorporar nas suas candidaturas a diversidade de sectores e sensibilidades da sociedade portuguesa e das suas comunidades locais”.

Do total de candidatos em listas do PSD, 45% são mulheres “bem acima do exigido por lei”, 47% têm entre 30 e 50 anos, 32% têm mais de 50 anos e 21% são jovens com menos de 30 anos, de acordo com a mesma nota.

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