Marcelo e o Afeganistão: “Nesta fase de transição é tudo muito complicado”

Presidente da República recordou que deve ter sido o último Chefe de Estado a visitar o país, em 2019, antes da pandemia.

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Presidente realça trabalho do Governo na crise do Afeganistão Reuters/ADRIANO MACHADO

Duas horas depois dos atentados que sacudiram esta tarde o aeroporto de Cabul, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou sobre a situação no Afeganistão.

“Nesta fase de transição é tudo muito complicado, estamos a falar de milhares e milhares de pessoas, grandes países ainda não retiraram os seus”, disse o Presidente na abertura da 91.ª edição da Feira do Livro, de Lisboa.

“Numa retirada assim, não há soluções óptimas, nem muito boas, nem boas, são todas más”, disse. “Há um trabalho constante, dia e noite do Governo e das autoridades portuguesas com os aliados para encontrar voos e garantir a sua chegada”, explicou.

“Portugal está fazer o que deve fazer no quadro da NATO e da União Europeia”, considerou, depois de uma nota pessoal. “Devo ter sido o último chefe de Estado a visitar o Afeganistão, em 2019. Antes da pandemia, estive naquele aeroporto onde o papel das forças portuguesas era crucial para garantir a segurança”, recordou. Depois daquela visita, Marcelo confidenciou esta tarde que não estava optimista quando já se anunciava a retirada.

Sobre a luta à pandemia, o Presidente da República reiterou o papel do coordenador da task force, vice-almirante Gouveia e Melo, na campanha de vacinação. Realçou a colaboração dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a coordenação com a task force com o SNS, o Ministério da Saúde e a Direcção Geral de Saúde. “Estamos a chegar a um ponto em que a taxa de vacinação é tão alta tão alta que nos aproximamos do momento em que o que fica não se aproxima do que vivemos”.

Quanto ao veto ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), o Presidente da República retomou a explicação que deu. “O veto teve como objectivo que a situação dos autarcas não fosse tema de campanha eleitoral”, destacou. Sobre o perdão aos autarcas, sublinhou, ainda: “Legislar sobre matéria de autarquias [em campana autárquica não me pareceu ser sensato. O que decidi é que façam isso depois”.

Se o Presidente da República inaugurou a Feira do Livro com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, na ronda pelos stands encontrou o candidato Carlos Moedas. Quase um pleno autárquico na capital. Na sexta-feira, estará no Porto para inaugurar mais uma feira do livro.

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