Novo recorde de calor na Europa? 48,8ºC esta quarta-feira em Itália

Vaga de calor que atinge a zona do Mediterrâneo eleva os termómetros para valores recorde, com a Itália a ultrapassar os 48ºC. No outro lado do mar, na Argélia, dezenas de pessoas morreram em incêndios florestais. Portugal está em alerta este fim-de-semana.

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Pessoas em Roma tentaram refrescar-se e fugir do calor EPA/ETTORE FERRARI
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Reuters/ANTONIO PARRINELLO

Ainda falta a validação pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), mas tudo indica que o recorde europeu de temperatura máxima foi batido esta quarta-feira, pelas 13h14 locais, em Siracusa, na ilha italiana da Sicília: 48,8ºC, segundo o valor registado oficialmente numa estação meteorológica operada pelo Serviço Siciliano de Informação Agrometeorológica. De acordo com o climatologista Maximiliano Herrera, citado pelo Washington Post, a estação meteorológica em causa é tecnologicamente fiável.

A confirmar-se, os 48,8ºC graus na Sicília ultrapassam o anterior recorde europeu de 48,0ºC registado em 1977 em Atenas, na Grécia. E os 47,4ºC registados em 2003 na vila portuguesa da Amareleja, em Beja, passam a ser a terceira temperatura mais elevada observada na Europa desde que há registos fiáveis (são frequentemente apontados outros valores não oficiais ou duvidosos, nomeadamente em Sevilha, Espanha, e na própria Sicília, mas não são reconhecidos pela OMM).

O potencial novo recorde desta quarta-feira é mais um efeito da onda de calor que os italianos baptizaram de “Lúcifer”, e que mantém parte do sul do país transalpino acima dos 40ºC de temperatura. Na origem do fenómeno está um anticiclone que traz calor do Norte de África para o sudeste da Europa. No outro lado do Mediterrâneo, na Tunísia e na Argélia, os termómetros também ultrapassam os 40ºC. Neste último país, dezenas de pessoas morreram nos últimos dias numa vaga de incêndios agravada pelo calor.

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Também a Itália enfrenta graves fogos, que já vitimaram pelo menos uma pessoa, dias depois de a Grécia e a Turquia terem sido o epicentro da actual vaga de calor e de incêndios. Na Grécia, aliás, o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis afirma que o país enfrenta um “desastre natural sem precedente”, com 586 incêndios activos. Mais de metade da área na ilha grega de Evia, a mais afectada nos incêndios que atingem o país helénico, foi perdida para as chamas, apontam responsáveis locais.

Em Portugal, onde se espera uma escalada das temperaturas máximas no final desta semana, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil colocou em alerta laranja nos próximos dias 14 (sábado), 15 (domingo) e 16 de Agosto (segunda-feira) os distritos de Bragança, Castelo Branco, Faro, Guarda e Portalegre. Há ainda nove distritos em alerta amarelo a partir desta sexta-feira e até às 23h59 de segunda-feira: Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu.

Na segunda-feira, o mais recente relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) alertou para a inevitabilidade dos efeitos graves da subida da temperatura média da atmosfera terrestre causada pela acção humana. Na bacia do Mediterrâneo, e em Portugal, as consequências previstas passam sobretudo por ondas de calor mais frequentes, associadas a elevados riscos de incêndios, períodos de seca mais prolongados e pela chuva concentrada de forma mais intensa em curtos períodos de tempo.

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