Aí vão 33: Cavendish já só está a uma vitória do recorde de Merckx

A ressurreição do “míssil” da Ilha de Man parecia utópica e o recorde de Eddy Merckx impossível de alcançar. Agora, já não parece assim tão impossível, depois do hat-trick de Cavendish neste Tour 2021.

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Reuters/STEPHANE MAHE

Há uns meses, Mark Cavendish era um “fantasma” no ciclismo, já longe do estrelato. Escrevia-se no PÚBLICO sobre o britânico: “Parece difícil imaginar Cavendish no Tour. Mesmo que aconteça, parece utópico vê-lo à frente de Sam Bennett na prioridade da equipa. Mesmo que as duas coisas se tornem reais, parece impossível vê-lo vencer uma etapa – quanto mais quatro”. Agora, já lá vão três. 

Nesta terça-feira, “Cav” fez o hat-trick na Volta a França 2021 e, aos 36 anos, ficou a apenas uma vitória do recorde absoluto de triunfos na competição – tem 33, contra 34 de Eddy Merckx. A ressurreição do “míssil” da Ilha de Man parecia utópica e o recorde de Merckx impossível de alcançar. Agora, já não parece assim tão impossível, até porque ainda faltam quatro etapas com final previsto ao sprint.

O ciclista da Deceuninck, o mais velho de sempre a fazer um hat-trick no Tour, venceu a etapa 10 numa chegada ao sprint em Valence, no Sudeste de França. Atrás do britânico chegaram Wout van Aert (Jumbo) e Jasper Philipsen (Alpecin).

Nesta terça-feira não se esperava muito de uma etapa desenhada para os sprinters, os tais que foram, aos poucos, abandonando a corrida. Já não havia Caleb Ewan. Nem Arnaud Démare. Nem Tim Merlier. Nem van der Poel. Nem Bryan Coquard. Os velocistas foram “caindo de maduros” nos últimos dias, uns por opção, outros por lesão e outros ainda por incapacidade de chegarem dentro do tempo de controlo nas etapas de alta montanha.

Estava, portanto, o palco montado para a aproximação do inglês ao recorde de Eddy Merckx. E assim foi. Na chegada a Valence, o ciclista da Deceuninck esteve sempre bem posicionado no “comboio” da equipa belga e, lançado por Davide Ballerini e Michael Morkov, bateu van Aert e Philipsen sem grande dificuldade, cortando a meta já de braços no ar.

Entre os candidatos ao triunfo final no Tour não se registaram sobressaltos. Todos chegaram no pelotão, apesar das tentativas de cortes em zonas ventosas da etapa, e Tadej Pogacar segue tranquilamente de amarelo, com Ben O’Connor (AG2R) a 2m01s e Rigoberto Urán (EF Education-Nippo) a 5m18s.

Para esta quarta-feira está marcada uma etapa com duas subidas ao mítico Mont Ventoux, num dia bastante duro e à imagem do português Rúben Guerreiro.

Com tantos corredores afastados de Tadej Pogacar na classificação é provável que este seja um bom dia para vingar uma fuga. A não ser que o esloveno queira mostrar, uma vez mais, quem manda neste Tour. Nesse caso, ninguém deverá ter força para o impedir.

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