Há casos de crianças que infectaram “20 pessoas”, Algarve com 13 surtos nas escolas

Variante inglesa do vírus, um caso de estudo por desvendar: com duas doses da vacina, diz a directora regional de saúde pública, “há pessoas que positivaram”.

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Paulo Pimenta

A região algarvia é a mais atingida pelos novos casos do vírus da covid-19 associados à variante inglesa (94%). O valor a nível nacional encontra-se nos 82,9%. Os dados, revelados esta segunda-feira pelas autoridades regionais de saúde pública deixam ainda ou outro alerta: “Temos ainda exemplos de crianças positivas que conseguiram [disseminar] mais de 20 casos secundários, dentro da própria sala e às suas famílias”, afirmou a directora regional de saúde pública, Ana Cristina Guerreiro, manifestando, no entanto, confiança no processo de “desaceleração” que se tem verificado nos últimos dias.

A propagação do vírus, além dos casos da construção civil surgidos na semana passada, ocorre com grande incidência nas escolas e jardins-de-infância. Estão identificados 13 surtos, com 101 casos e a situação está ser objecto de estudo. “Estamos a recolher amostras e a enviar para o Instituto Ricardo Jorge”, revelou Ana Cristina Guerreiro, acrescentando, que se encontram 42 turmas em isolamento profiláctico. “Também temos casos de pessoas que positivaram, apesar de terem já as duas doses da vacina”.

Segundo o último relatório de monitorização das linhas vermelhas, o Algarve regista o índice de transmissibilidade (Rt) mais elevado a nível nacional, situando-se nos 1,05. Os concelhos mais problemáticos são Portimão, com uma taxa de incidência de 362 casos por 100 mil habitantes. Segue-se Albufeira, 241 casos/100 mil habitantes, e Lagoa, 132 casos. A manterem-se estes valores (acima dos 120), pelo menos, estes municípios não poderão avançar para a segunda fase do desconfinamento.

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS), Paulo Morgado acha que a situação do Algarve não é muito diferente das restantes regiões: “A variante inglesa já se tornou dominante”, enfatizou. No mesmo sentido, Ana Cristina Guerreiro prevê que a região possa “avançar ao ritmo das outras regiões” para a desaceleração das medidas das medidas restritivas, a partir da próxima semana.

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