Transportes públicos de Lisboa vão ser reforçados com 70 autocarros de turismo a partir de quarta-feira

A partir de quarta-feira, autocarros turísticos vão complementar oferta de transportes públicos da Grande Lisboa em horários mais pressionados pela procura. No Porto, ainda se estudam que linhas necessitam de reforço.

Foto
Diogo Ventura

O transporte público feito pela CP, Fertagus e Metro Transportes do Sul na Área Metropolitana de Lisboa (AML) vai ser reforçado com 70 autocarros turísticos durante as horas de ponta a partir de quarta-feira. A medida contempla as linhas de Sintra e também a travessia do Tejo pela Ponte 25 de Abril e vai envolver autocarros turísticos, de excursão, que se encontram há oito meses parados no parque das empresas, e cerca de 50 motoristas que deixam de estar em layoff por falta de actividade e regressam ao trabalho. Vão circular diariamente durante 62 dias, com excepção de 30 de Novembro, 1, 7, 8 e 25 de Dezembro, 1 de Janeiro e 16 de Fevereiro, informou a AML esta segunda-feira, em comunicado. 

A medida foi apresentada no passado dia 4 de Novembro pelo secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, como uma resposta a situações onde se verifica uma maior pressão da procura pelos transportes públicos, que ultrapassa, em alguns casos, a lotação de dois terços definida pelo Governo para evitar tanta aglomeração devido à pandemia de covid-19. 

Segundo disseram então os governantes presentes na cerimónia, o reforço das carreiras regulares deveria avançar na semana seguinte ao anúncio, o que não aconteceu. Na altura, foram dados alguns exemplos do reforço: nos comboios de Lisboa está previsto um reforço da oferta na hora de ponta da manhã na linha de Sintra, entre as estações ferroviárias do Cacém e da Amadora e a estação de metro da Pontinha.

No apoio à Fertagus haverá 13 autocarros directos entre a estação do Pragal e Sete Rios, em Lisboa, entre as 6h20 e as 8h; no sentido inverso, a circulação será feita entre as 17h20 e as 18h10. Haverá também um reforço entre Sete Rios e Setúbal entre as 17h15 e as 17h30.

Na Metro Transportes do Sul, haverá reforço com 22 viaturas nas viagens entre Cacilhas e Laranjeiro, entre as 16h30 e as 18h10; no sentido inverso, entre as 7h20 e as 8h10. Entre a Universidade Nova e o Pragal, haverá reforço entre as 16h30 e as 18h10; no sentido Pragal - Universidade Nova, entre as 7h20 e as 8h10.

Para apoio à CP e ao Metropolitano de Lisboa, serão disponibilizados 36 autocarros para reforçar os percursos Amadora CP e Metro Pontinha, entre as 7h e as 8h25, e Cacém CP - Metro Pontinha, entre as 7h e as 8h25. 

Os autocarros que estarão no terreno serão dos operadores, “que tenham autocarros turísticos disponíveis”, que actuam nas respectivas zonas, detalhou ao PÚBLICO Carlos Humberto Carvalho, primeiro-secretário da AML.

O reforço da oferta de transporte público aos passageiros será feito tanto na AML como na Área Metropolitana do Porto (AMP). No entanto, a Norte, o trabalho de identificação das linhas da STCP que serão reforçadas ainda não está concluído, apurou o PÚBLICO junta da AMP na passada sexta-feira. 

Um milhão de passageiros 

Na prática, as áreas metropolitanas poderão contratar veículos de transporte rodoviários de operadores privados, e que não se encontrem em circulação, para reforçar a rede ferroviário e rodoviária. A medida envolve um investimento de 1,5 milhões de euros — 750 mil euros para cada área metropolitana —, suportado por verbas do Fundo Ambiental e, segundo revelou o secretário de Estado da Mobilidade, permitirão contratar 375 mil quilómetros e transportar cerca de um milhão de passageiros em cada região. 

Apesar de se registar uma recuperação na procura — que chegou a atingir perdas na ordem dos 85% —, está ainda bem abaixo da registada no período pré-pandemia.
No Grande Porto, em Setembro, a procura pelos autocarros da STCP rondou os 69% face ao mesmo mês de 2019, tendo sido transportados 4,6 milhões de passageiros. No Metro do Porto, a procura ficou-se pelos 59% (face ao mesmo período do ano passado) e foram transportados 3,7 milhões de passageiros. 

Na região de Lisboa, também em Setembro, a procura no Metro de Lisboa situou-se nos 48% (6,9 milhões de passageiros), nos barcos da Transtejo e Soflusa nos 61% (um milhão de passageiros). Na CP, onde se registam sobretudo problemas de sobrelotação na linha de Sintra, a procura ficou-se pelos 60% (5,2 milhões de passageiros), na Fertagus nos 63% (1,3 milhões de passageiros) e na Metro Transportes do Sul nos 66% (900 mil passageiros). 

Sugerir correcção
Comentar