Dez anos depois do Acampamento da Dignidade, os sarauís ainda resistem

O Conselho de Segurança vai debater daqui a dias a renovação da missão da ONU no Sara Ocidental. Os sarauís, há 45 anos à espera de votarem num referendo sobre a autodeterminação, querem, “no mínimo dos mínimos”, que seja nomeado um novo interlocutor que os oiça sobre o seu futuro adiado. Mas para a antiga colónia espanhola nem isso é certo.

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Manifestantes saruís em frente ao tribunal de Sale, Marrocos, pedem a libertação de familiares detidos sob a acusação de terem matado agentes das forças de segurança marroquinos durante os protestos de Gdeim Izik, em 2010 Jalal Morchidi/Anadolu Agency/Getty Images

Em dez anos acontece sempre muita coisa e pode acontecer de tudo. Às vezes, em dez anos cabem muitas vidas e muitas mortes, cabe a expectativa de uma revolução e o desespero de ver essa crença transformada em tragédia. Porque podia ter sido diferente. Às vezes, é. Por exemplo, na Tunísia, que o mundo registou como berço das revoltas árabes, não ficou tudo bem, mas nunca nada voltou a ser como era depois da morte de Mohamed Bouazid, imolado pelo fogo, a 17 de Dezembro de 2010. Tinha 26 anos e era vendedor ambulante. Não queria morrer, apenas viver em dignidade.

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