Juntas do Porto mobilizam respostas para apoiar população idosa e carenciada

Fazer compras, entregar medicamentos, reunir voluntários. Juntas de freguesia do Porto estão a criar respostas para apoiar população

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Paulo Pimenta

Várias juntas de freguesia do concelho do Porto estão a mobilizar-se para criar respostas de apoio à população mais idosa e carenciada, através da entrega de bens de primeira necessidade e do reforço do apoio social.

Em declarações à Lusa, o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, revelou que neste momento há 50 idosos sinalizados que vão continuar a ser acompanhados por voluntários da junta e duas instituições parceiras no sentido de garantir que as necessidades básicas possam ser atendidas.

“A nossa equipa está a contactá-los para saber o que precisam e, no âmbito das necessidades, temos voluntários quer da [associação] Entreajuda quer da [associação] Impacto e dos recursos da junta que irão a casa das pessoas saber o que é preciso, sejam bens essenciais ou outros”, revelou, sublinhando que estes serviços serão estendidos a outros idosos que possam vir a ser sinalizados.

Quanto aos agregados apoiados pelo banco alimentar, 141 no total, a junta reforçou a distribuição de bens alimentares com a entrega de dois cabazes, o que feito já esta semana.

À Lusa, o autarca, que salientou que a junta vai manter-se encerrada por tempo indeterminado, mostrou-se ainda disponível para ceder à Direcção-Geral da Saúde espaços com posto médico, em locais estratégicos como São Nicolau, Miragaia, Sé ou Santo Ildefonso, para ali instalar os serviços que entenderem necessários no combate ao surto de Covid-19.

Também a junta do Bonfim criou um serviço de entrega de bens alimentares para a população da freguesia sem retaguarda familiar, em face do surto de Covid-19 e da necessidade de isolamento social. Numa publicação na rede social Facebook, aquela autarquia explica que o serviço destina-se a pessoas com mais de 65 anos ou alguma incapacidade, e sem nenhum familiar ou vizinho que “ajudar a comprar alimentos”, devendo os interessados fazer a encomenda directamente a um dos três estabelecimentos comerciais indicados. José Manuel Carvalho, presidente da junta, revelou estar a colaborar com a Domus Social para a identificação dos destinatários.

Já o presidente da junta de Paranhos, Alberto Machado, revelou que também naquela autarquia está a ser estudado a criação de um sistema de apoio para pessoas com mais de 70 anos, que não sejam ainda apoiadas pela rede de instituições sociais da freguesia. A ideia, explicou, é transformar a junta num centro de recolha, concentrando nos seus serviços quer os pedidos de ajuda, quer os voluntários que se associem à iniciativa. A medida está a ser trabalhada e deve ser implementada, caso seja necessária, nos próximos dias.

Também na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde está a ser disseminado um conjunto de contactos de estabelecimentos com entregas ao domicílio, para que as pessoas em maior risco não tenham de sair de casa. A junta, que mantém o Serviço de Acção Social desta união de freguesias activo por atendimento telefónico, adianta ainda que, segundo a informação de que dispõe, “todas as pessoas idosas isoladas sinalizadas no território continuam a ser acompanhadas pelas organizações que já o fazem regularmente - nomeadamente IPSS/Centros Sociais, Unidades de Cuidados na Comunidade/Centros de Saúde, Conferências Vicentinas, etc. - através da entrega de cabazes alimentares, apoio financeiro, e SAD - Serviço de Apoio Domiciliário.

Respostas que, assinala a junta, estão a ser reforçadas, dada a situação que o país enfrenta. Aquela união de freguesias está ainda em contacto com as associações de moradores, dando informação e articulando em casos de necessidade.

Já a União das freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos esclarece que implementou um conjunto de medidas sociais para apoio e acompanhamento à população como seja a entrega ao domicílio de refeições diárias a todos os utentes que frequentam os equipamentos sociais. Aquela união de freguesias disponibiliza ainda uma linha de apoio à comunidade com vista à recolha e entrega de bens essenciais de supermercado, medicamentos e outros bens de primeira necessidade, assim como esclarecimento de dúvidas e medidas de apoio e prevenção ao COVID-19 e apoio psicológico, jurídico e contabilístico. Foi também criada uma bolsa de voluntários e lançada uma angariação de fundos para aquisição de ventiladores e material hospitalar.

À Lusa, o presidente da junta de freguesia de Ramalde, António Gouveia, referiu que mantém aberto o serviço de apoio social Ramalde Solidário, um serviço que fornece refeições em regime de take away aos mais necessitados e agregados familiares, estando, neste momento a ser estudadas “formas de o estender também a outros cidadãos, retidos em casa ou em quarentena”. Ramalde estuda a possibilidade de, na ausência da capacidade da cozinha aumentar o numero de refeições, avançar para a aquisição de refeições prontas junto das instituições existentes na cidade.

A Lusa tentou obter informações da junta de freguesia Campanhã, mas até ao momento sem sucesso.

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