Gonçalo Quadros: “Portugal pode ser muito facilmente o centro de engenharia da Europa”

Portugal tem duas vantagens sobre outros países bem mais ricos: a qualidade da sua engenharia de software e a disponibilidade de engenheiros. É por isso que Gonçalo Quadros, fundador da Critical Software, é tão convicto: o país pode ser um centro de engenharia na Europa. E esse, diz, é o negócio do século. Mas as nossas empresas têm de estar conscientes que a ética vem antes do negócio, que as empresas são comunidades e que devem devolver valor à sociedade. O maior problema continua a ser a qualidade da gestão nas empresas, nas universidades, nas autarquias ou no Estado.

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Gonçalo Quadros é um dos três fundadores da Critical Software, uma empresa de tecnologia que emprega hoje cerca de 1000 pessoas. Em 1998, quando arrancaram com a ideia de criar software para a indústria aeroespacial, o banco a que pediram dinheiro para comprar computadores tentou dissuadi-los. “O país era menos ambicioso, mais cinzento, tinha uma menor auto-estima”, recorda Quadros, numa conversa com o P2 na sede da empresa, em Coimbra. “Há uma mudança muito impressionante desde há seis ou sete anos.” Mas ainda há muito para mudar, defende: nas universidades, na gestão das empresas e num país “muito centrado em Lisboa e no Porto”. Argumenta que as empresas devem ter um papel de cidadania, que o Estado deve emagrecer e que é preciso reduzir impostos para aumentar a mobilidade social. Sobre a transformação digital em curso, Gonçalo Quadros não tem dúvidas: é necessário regular a indústria e há que ter medo dos algoritmos.

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