Zimbabwe prepara deslocação de 600 elefantes e outros animais devido à seca

Animais estão a morrer e situação só vai melhorar quando chover, afirmam autoridades do país.

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Reuters/Philimon Bulawayo

O porta-voz da Autoridade de Gestão dos Parques Nacionais e Vida Selvagem do Zimbabwe, Tinashe Farawo, revelou esta terça-feira que 600 elefantes, dois grupos de leões, uma alcateia de cães selvagens, 50 búfalos, 40 girafas e duas mil impalas vão ser deslocados do Save Valley Conservancy, no sudeste, para parques menos congestionados.

Farawo afirma que os animais estão a morrer e que a situação só melhorará quando chover. “Se as populações [de animais] ficarem sem supervisão, acabarão por ameaçar o ecossistema de que dependem para sobreviver”, alegou o porta-voz.

No Zimbabwe existem cerca de 85 mil elefantes, perdendo apenas para o Botswana que tem mais de 130 mil. “Quase todos os animais estão a ser afectados”, continuou Tinashe Farawo, acrescentando que, ainda que “os elefantes sejam mais notados durante as patrulhas e os passeios, há espécies de pássaros seriamente afectadas, uma vez que só podem acasalar a certas altitudes, nas árvores, e essas árvores estão a ser destruídas por elefantes”. Muitos animais têm saído dos parques em direcção a zonas habitadas, à procura de comida e água, provocando a morte de 33 pessoas este ano, de acordo com a agência que gere os parques.

Grande parte do sul de África foi atingida pela pior seca das últimas duas décadas, o que para o Zimbabwe significa a perda do cultivo de alimentos básicos como milho, deixando cerca de sete milhões de pessoas, aproximadamente metade do país, dependentes de ajuda alimentar. A seca já causou a morte de centenas de elefantes.

O Zimbabwe afirma estar com dificuldades em lidar com o número de elefantes selvagens que têm chegado ao país e quer autorização para vender o marfim e poder exportar elefantes vivos, de maneira a conseguir dinheiro para a conservação e aliviar a congestão dos parques afectados pela seca. Desde 2016, o país exportou 101 elefantes, principalmente para a China e para os Emirados Árabes Unidos, conseguindo mais de 3 milhões de dólares (2,7 milhões de euros) por esforços de conservação, de acordo com a Autoridade de Gestão dos Parques Nacionais e Vida Selvagem.

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