Pelo menos 55 elefantes morreram de fome no Zimbabwe

“A situação é terrível. Os elefantes estão a morrer de fome e isso é um enorme problema”, disse Tinashe Farawo, porta-voz do parque nacional Hwange.

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Uma manada de elefantes junto à água no parque nacional de Hwange, no Zimbabwe Reuters/Philimon Bulawayo

Pelo menos 55 elefantes morreram de fome e de sede no maior parque nacional do Zimbabwe desde Setembro, por causa da seca, anunciou a agência para a vida selvagem do país na segunda-feira.

O porta-voz do organismo que gere os parques do Zimbabwe, Tinashe Farawo, disse que os animais morreram perto de fontes de água no Parque Nacional Hwange, um sinal de que tinham viajado grandes distâncias à procura de água.

Segundo os dados recolhidos, pelo menos 55 morreram por causa da falta de comida e água no parque, que tem a maior população de elefantes do país, 50 mil.

“A situação é terrível. Os elefantes estão a morrer de fome e isso é um enorme problema”, disse Farawo. Outros animais no Parque Nacional Hwange, como os leões, foram também afectados.

Farawo disse que a falta de comida leva os elefantes a causar uma “destruição massiva” de vegetação na região, e até nas aldeias em volta do parque, o que está a aumentar os níveis de conflito com os habitantes locais. Mais de 200 pessoas morreram em ataques de elefantes nos últimos cinco anos, de acordo com o mesmo organismo.

A agência queria perfurar mais poços no Hwange, porque alguns já estão secos, mas falta dinheiro, disse Farawo, já q A agência não recebe financiamento do governo.

O Zimbabwe chegou a vender elefantes bebés à China, com o argumento de que precisava de dinheiro para financiar os esforços de conservação no Hwange, que tem uma população de elefantes três vezes superior à capacidade do parque.

Em 2016, o país tentou vender alguns animais, dizendo que era necessário para salvar os animais da seca.

O país tentou também fazer lobby na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), em Agosto, para acabar com a proibição do comércio de marfim. O Zimbabwe diz que tem stocks de marfim no valor de 300 milhões de dólares, dinheiro que poderia ser usado na conservação.

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