Valeu mais a homenagem a Jonas do que a apresentação do Benfica

“Encarnados” perderam com o Anderlecht no Estádio da Luz, no primeiro jogo da pré-época. Bruno Lage utilizou nada menos do que 30 jogadores.

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LUSA/MÁRIO CRUZ
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Foi uma noite invulgar a que se viveu nesta quarta-feira no Estádio da Luz. Porque o primeiro jogo da pré-época foi logo o de apresentação aos sócios, porque um relvado novo parecia uma manta de retalhos e porque a maior referência da equipa dos últimos anos cumpriu os derradeiros minutos da carreira quase sem tocar na bola. Contas feitas, os adeptos do Benfica saíram do recinto com duas certezas: não mais voltarão a ver o futebol perfumado de Jonas e a equipa, versão 2019-20, tem ainda muito que pedalar até à Supertaça.

O visitante escolhido para este desfile apressado, antes da digressão pelos EUA à boleia da milionária International Cup, foi o Anderlecht (1-2). Mas antes de os belgas mostrarem melhor condição e uma ideia de jogo condizente com a evolução do pensamento do agora treinador Vincent Kompany, só houve um protagonista em campo. Jonas ocupou o último lugar na lista dos jogadores chamados pelo speaker, trocou lembranças com Luís Filipe Vieira, deixou cair um par de lágrimas e desdobrou-se em acenos para as bancadas. Foi a rampa de lançamento para os últimos momentos no relvado.

Quando soou o apito inicial, percebeu-se de imediato que os 10 minutos destinados ao brasileiro (para aproveitar o simbolismo da camisola 10, no dia 10 de Julho) seriam a antítese do que foi a sua passagem pela Luz. Por mérito do Anderlecht e demérito do Benfica, Jonas mal tocou na bola e o tempo passou a correr. Porém, quando saiu, pela última vez, pela linha lateral, teve direito a uma ovação como as muitas que ouviu na Luz ao longo das cinco épocas (com 137 golos) que passou de águia ao peito.

Já sem o “Pistolas” em campo, os belgas continuaram a ser a melhor equipa, condição que se acentuou até ao fim dos primeiros 45 minutos. E esse ascendente teve tradução no marcador: aos 34’, e depois de já ter ameaçado um par de vezes, Jérémy Doku escapou pela direita, rompeu na área, rematou e contou com um desvio para inaugurar o marcador.

A pressionar de forma intensa e com os laterais projectados, o Anderlecht continuou a causar problemas ao quarteto defensivo “encarnado” e ampliou a vantagem na sequência de um canto. Zlobin não saiu da linha de golo, Thelin ganhou nas alturas aos centrais e cabeceou para o 0-2.

A revolução operada por Bruno Lage ao intervalo, trocando uma equipa completa, só começou a traduzir-se numa verdadeira reacção a partir da hora de jogo e já depois de Jhonder Cádiz se ter lesionado. Primeiro foi um cruzamento da direita que Chiquinho desperdiçou em duplicado (defesa de Roef e remate ao poste na recarga), depois um cruzamento da esquerda, de Nuno Tavares. À segunda, Chiquinho marcou mesmo, antecipando-se cirurgicamente para uma emenda ao primeiro poste.

Até ao final, Seferovic ainda desferiu um remate potente de fora da área, Bruno Lage operou mais uma mão-cheia de alterações, elevando para 30 o total de jogadores utilizados, mas o resultado, que nesta altura vale muito pouco, já não sofreu alterações. Segue-se um jogo com a Académica, no sábado, antes da viagem para a Califórnia, onde o Benfica tentará combinar prestígio com euros.

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