Operação Marquês: antigo secretário de Estado Paulo Campos diz que vai repor a verdade

Antigo governante vai ser ouvido pelo juiz Ivo Rosa nesta quinta-feira, no âmbito da Operação Marquês.

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O antigo secretário de Estado à entrada do Tribunal de Instrução Criminal LUSA/RODRIGO ANTUNES

O antigo secretário de Estado das Obras Públicas Paulo Campos disse nesta quinta-feira à entrada em tribunal que, em alguns casos, vai repor a verdade perante o juiz de instrução do processo Operação Marquês, Ivo Rosa. “Venho esclarecer o que o senhor juiz quiser ver esclarecido e em alguns casos repor a verdade”, disse Paulo Campos, que foi secretário de Estado nos dois governos de José Sócrates, aos jornalistas à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), onde foi chamado a depor como testemunha.

Paulo Campos é tido como amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates, arguido no processo Operação Marquês, e esteve ligado a projectos como o aeroporto de Beja, o comboio de alta velocidade e o novo aeroporto de Lisboa.

O ex-governante socialista foi alvo de buscas, tal como o antigo ministro das Obras Públicas Mário Lino e o ex-secretário de Estado António Mendonça, no inquérito relacionado com as parcerias público-privadas (PPP) no sector rodoviário e ferroviário.

Uma das questões sobre as quais deverá ser interrogado prende-se com os negócios e adjudicações de obras públicas ao grupo empresarial Lena, que é também arguido neste processo. O inquérito da Operação Marquês culminou na acusação a 28 arguidos — 19 pessoas e nove empresas — e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

No processo Operação Marquês, o ex-primeiro-ministro José Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo (GES) e na PT, bem como garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

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