Joe Berardo: “É um descanso” perder as condecorações. “Nunca pedi nenhuma”

Empresário quer levar Presidente da Comissão de Inquérito a tribunal enquanto já desvalorizou a possível retirada das condecorações que lhe foram atribuídas pela Presidência da República

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LUSA/ANTONIO COTRIM

A enfrentar um processo disciplinar imposto pelo Conselho das Ordens Nacionais, presidido por Manuela Ferreira Leite, Joe Berardo manifestou indiferença caso perca as duas condecorações recebidas em 1985 e 2004. Este sábado, ao jornal Sol, o empresário reagiu em tom de desabafo: “Eu não pedi nenhuma condecoração. Eu não tenho só essas, eu tenho nove. Não pedi nada disso, nem tive influência. Eles deram-me por serviços à comunidade. Se eles quiserem... olhe, é um descanso”.

Berardo é alvo deste processo depois de se considerar que o empresário teve um comportamento questionável nos esclarecimentos que deu na comissão de inquérito do Parlamento sobre os créditos que pediu à Caixa Geral de Depósitos (CGD). No final do mês passado, a CGD, BCP e Novo Banco entregaram no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa uma acção executiva para conseguir reaver parte do que emprestaram a Berardo (962 milhões, 162 mil, 180 euros e 21 cêntimos). O ministro das finanças, Mário Centeno, já disse que o banco público tem de usar “todos os mecanismos” para recuperar dívida que Berardo nega ter.

Na sequência da comissão de inquérito à CGD, onde Berardo foi ouvido por deputados a 10 de Maio, a RTP avança que o empresário quer processar o Presidente da Comissão de Inquérito, que já aprovou um parecer para retirar comendas a Berardo. O empresário argumenta que está a ser vítima de um “ataque público” por “violação do direito à imagem” por parte de Luís Leite Ramos, que Berardo acusa ter violado o seu pedido para que a audição decorresse à porta fechada. Mesmo depois de os jornalistas terem sido convidados a abandonar a sala do Parlamento, o canal da Assembleia da República continuou a transmitir o inquérito ao empresário.

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