Ministra pede a regulador que investigue denúncia de que exames oncológicos estão a ser adiados

Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia denunciou que adiamentos têm motivações financeiras.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A ministra da Saúde, Marta Temido vai solicitar à Entidade Reguladora da Saúde e à Ordem dos Médicos que analisem a denúncia da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia sobre o adiamento de exames oncológicos em hospitais públicos por motivos financeiros. 

“A denúncia é muito preocupante”, classificou nesta segunda-feira a ministra, em declarações aos jornalistas, no Instituto Português do Sangue e Transplantação, em Coimbra, à margem da apresentação do relatório de actividade da doação e transplantação em 2018. “É importante perceber” se a denúncia “tem ou não fundo de verdade”, acrescentou. 

Na edição deste fim-de-semana, o Expresso noticiava que os utentes que fazem colonoscopias de rastreio estão a passar à frente dos doentes oncológicos que estão a aguardar exames ao colón e ao recto. O jornal refere que, no ano passado, o Ministério da Saúde aumentou o valor que paga pelas intervenções preventivas, passando para 378 euros, ao passo que, por cada colonoscopia regular, a unidade de saúde recebe 169,73 euros. 

Marta Temido refere que o caso em questão levanta dois tipos de considerações: de natureza ética e deontológica, que deverá ser analisada pela Ordem dos Médicos, e sobre o direito de acesso dos doentes, que deverá ser analisada pela Entidade Reguladora da Saúde.

“É importante ter esses dois enquadramentos e o Ministério da Saúde tem de encaminhar essas denúncias para essas sedes”, afirmou.

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