Este ano, não há palhinhas nem copos de plástico no Carnaval de Loulé

Com o tema "Circo Selfie", o Carnaval vai ter este ano uma vertente ecológica. Os copos serão feitos de papel e reutilizável e não haverá palhinhas de plástico.

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O Carnaval de Loulé, à semelhança do de Ovar, vai assumir pela primeira vez este ano uma vertente ecológica, saindo à rua entre domingo e terça-feira sob o tema "Circo Selfie", uma alusão às selfies popularizadas pelo Presidente da República.

"Pela primeira vez teremos copos ecológicos, que serão utilizados para as pessoas beberem no recinto de Carnaval, são feitos de papel e reutilizáveis, três ou quatro vezes, e não haverá palhinhas de plástico. São copos que depois irão passar por um processo de compostagem para serem utilizados na agricultura", disse à Lusa Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé.

Além da introdução de copos ecológicos no recinto do Carnaval, o autarca destacou ainda o facto de vários dos materiais utilizados no desfile serem reutilizados, num dos corsos mais antigos do país e que se assume como o principal cartaz turístico do Algarve nesta altura do ano. 

"Mais importante do que reduzir os custos, é poder contribuir para a necessidade urgente em reduzir os materiais que provocam grandes danos no meio ambiente, como é o caso do plástico. São práticas que estão cada vez mais presentes nas decisões da autarquia e este ano o carnaval também não escapa a isso", referiu.

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Luís Forra/Lusa

O circo selfie chegou a Loulé

Marcelo Rebelo de Sousa inspira o tema e é um dos protagonistas desta edição do Carnaval de Loulé, aqui retratado num dos carros alegóricos à boleia de um camião, uma sátira à sua recente viagem entre Lisboa e o Porto para ouvir as preocupações dos camionistas. O hábito do Presidente da República em tirar fotografias com o telemóvel com quem se cruza e as artes circenses inspiram "Circo Selfie", o tema do corso deste ano, no qual desfilarão 14 carros alegóricos.

Com um investimento de 350 mil euros, a Avenida José da Costa Mealha, conhecida como o "sambódromo louletano", vai ser ocupada por perto de 600 figurantes, entre palhaços, malabaristas, trapezistas e muitas personagens do mundo circense. "Houve o reaproveitamento de partes do corpo de algumas das figuras do Carnaval do ano passado e, como nem tudo é produzido por nós, significou uma poupança acima dos 100 mil euros", explicou Paulo Madeira, conhecido por Palhó, coordenador artístico do corso.

Com a sátira política como ingrediente principal, o Carnaval de Loulé apresenta ainda bailarinas de escolas de samba, grupos de animação, cabeçudos, gigantones e outros artistas, que irão juntar-se durante três dias na principal artéria da cidade. O desfile decorre entre as 15h e as 17h30. As entradas têm um custo de dois euros e todas as receitas de bilheteira revertem a favor de instituições de solidariedade do concelho e do movimento associativo que participa no corso.

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