Um Vitória que fica mesmo atravessado na garganta

FC Porto não foi capaz de concretizar nenhuma das situações de que dispôs em Guimarães e acabou por permitir a aproximação da dupla de perseguidores na Liga.

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LUSA/JOSE COELHO

O FC Porto voltou a engasgar frente ao V. Guimarães (0-0), agora no D. Afonso Henriques, falhando o nada secreto desejo de vingança pela derrota do Dragão, na primeira volta, e permitindo a aproximação de Benfica e Sp. Braga no topo da Liga, para além de ter, possivelmente, perdido Marega para o futuro próximo.

Pragmático, o Vitória conseguiu, na 22.ª jornada, condicionar o FC Porto nos minutos iniciais, pressionando alto, projectando os laterais e fechando as zonas interiores, para reduzir os espaços e o tempo de tomada de decisão dos “azuis e brancos”. Sem o central Osorio e com Pêpê a assumir as funções do lesionado André André, as intenções dos minhotos acabaram por ser contrariadas com apenas seis minutos decorridos, com Brahimi a beneficiar de uma acção de Corona, na direita, para enviar um aviso que passou rente ao poste.

O FC Porto passava à carga e aproveitava um par de reposições defeituosas do guarda-redes Douglas para montar o cerco que esteve na origem do lance em que Soares deixou a barra a tremer, silenciando a tentativa de rebelião do Vitória, na sequência de uma saída em falso de Casillas mas que Rafa Soares não aproveitou.

Com o mesmo “onze” dos jogos anteriores, a equipa de Sérgio Conceição intensificava a pressão, mas nem a mira telescópica de Alex Telles nem Marega (com um chapéu desastrado) eram capazes de traduzir o ascendente em golos, numa altura em que as iniciativas dos minhotos se esgotavam num remate de Rafa Soares e outro de Tozé, que Casillas resolveu sem grandes problemas.

O árbitro, que aos 9 minutos não atendeu uma reclamação de Soares na área vitoriana, com Pedro Henrique a ser ilibado em lance normal, precisaria de recorrer ao videoárbitro para voltar a isentar o central brasileiro, visado num desvio alegadamente com o braço mas que o VAR confirmou ter sido com a nuca.

O jogo caminhava para o intervalo com Herrera a tentar a sorte, que não era melhor do que a dos companheiros da carreira de tiro do “dragão”.

Apesar do atraso registado no regresso das equipas para a segunda parte, o ritmo do jogo não esmorecia e a tendência da primeira parte mantinha-se, com o FC Porto empenhado em repor a diferença para Benfica e Sp. Braga na classificação. Mas os vimaranenses não se desorganizavam nem encolhiam, apesar do assédio permanente do líder, que voltava a reclamar um lance de mão na bola na área minhota. Porém, Venâncio usou apenas o tronco.

Na resposta, Tozé procurava um par de esticões e, numa dessas investidas, esteve na iminência de surpreender a defesa menos batida da Liga, com Davidson a hesitar uma fracção de segundo e a perder a noção do espaço, desperdiçando a escorregadela de Pepe.

Sérgio Conceição inquietava-se e procedia à primeira troca da noite, subtraindo Brahimi para adicionar Otávio, na tentativa de explorar outras latitudes. Na “guerra” dos bancos, onde estavam reforços como Loum (do FC Porto) e Rochinha (do Vitória), Luís Castro tinha que acelerar uma dupla alteração, provocada pela lesão de Guedes. Os “dragões”, que poderiam ter ficado sem Óliver por acumulação de amarelos, também foram afectados pela lesão de Marega, instantes depois de o maliano ter visto Venâncio tirar-lhe o golo em cima da linha de baliza.

Já com os nervos a dominarem os portistas, o jogo partia-se, tornando impossível prever quem poderia beneficiar do descontrolo que se gerara. O Vitória mostrava os dentes, mas foi Militão a descobrir Soares e Douglas, mais uma vez, a impedir que Corona chegasse ao golo aos 85’. Pepe marcava, mas não contava e o central cedia o lugar a Hernâni numa tentativa de chegar à vitória, que desta vez, ao contrário do que sucedeu no Bessa, não foi bem-sucedida.

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