O último suspiro valeu a décima vitória do FC Porto de Conceição

No derradeiro minuto dos descontos de uma partida bem quezilenta com o Boavista, o FC Porto exibiu a estrelinha de campeão e manteve a liderança isolada da Liga, somando dez triunfos consecutivos.

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O FC Porto sentiu muitas dificuldades no Estádio do Bessa LUSA/JOSÉ COELHO

O jogo estava em cima dos 90’ e Sérgio Conceição sentia-se impotente para mudar o rumo dos acontecimentos no relvado. O nulo no marcador no recinto do Boavista persistia e o treinador do FC Porto fez a derradeira aposta. Hernâni saltou do banco e no último suspiro dos descontos salvou o “dragão”. A liderança isolada vai manter-se no campeonato.

Horas antes do arranque da partida do Bessa, um outro derby histórico disputara-se na cidade inglesa de Liverpool. Um erro magistral do guarda-redes do Everton, no último minuto do tempo extra, valeu o triunfo à equipa da casa para desgosto do técnico português Marco Silva. No confronto da Invicta falhou toda a defesa “axadrezada” no último dos cinco minutos dos descontos.

Um “suicídio” colectivo que já ninguém esperava depois de um confronto em que a agressividade boavisteira e o desacerto do ataque portista pareciam ter condenado ao mais ingrato resultado no futebol. Mas muito mais penoso acabou por ser este desfecho para a equipa da casa.

O derby da Invicta trouxe à memória os confrontos dos anos de 1990 e início deste século entre estes dois adversários, por alturas do “Boavistão” que conquistou um inédito campeonato em 2000-01. Agora, a qualidade das “panteras” do Bessa está longe desses tempos, mas a belicosidade manteve-se inalterada.

A primeira meia-hora do encontro deixou claro que o FC Porto teria que lutar com tudo o que tinha pelo resultado. Faltas feias, assistências a jogadores no relvado provocaram inúmeras interrupções e o ritmo de jogo ressentiu-se.

Com um bloco compacto, pressionante e uma faca nos dentes, os boavisteiros foram afastando os “dragões” da sua baliza e até criaram a primeira grande oportunidade do encontro, logo aos 7’. Os visitantes começaram a assentar a sua ideia de jogo depois dos 30’, criando duas boas oportunidades até ao intervalo.

A solidão de Marega no centro do ataque tornava-o num alvo relativamente fácil para a defesa da casa. O FC Porto só conseguiu criar verdadeiro perigo com a entrada de Soares para apoiar o maliano e com Adrián López (que rendeu Alex Telles) a reforçar a presença dos visitantes na área adversária.

Os derradeiros momentos do tempo complementar foram de aflição para o Boavista, que já tinha bastantes unidades a acusar o desgaste de tamanha entrega ao encontro. Carraça esteve perto de comprometer com um passe atrasado mal calculado para o seu guarda-redes, aos 76’, mas a grande nódoa defensiva chegaria mesmo ao cair do pano.

Quando já jogavam no desespero, os “dragões” tiveram frieza para construir um último lance de ataque. Marega cruzou da direita, Gonçalo Cardoso fez um corte deficiente, deixando a bola escapar e Neris, seu companheiro no centro da defesa, não conseguiu corrigir. Soares dominou a bola, entregou-a a Adrián López que a atirou contra um infeliz Gonçalo Cardoso antes de sobrar para Hernâni na pequena área. Acabado de entrar, o extremo desatou o nó górdio.

Nos festejos instalou-se a confusão no relvado e nos bancos técnicos, com Sérgio Conceição a receber ordem de expulsão. Mas o que já ninguém pode tirar ao técnico campeão nacional foi a 10.ª vitória consecutiva da sua equipa somando todas as frentes.

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